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14/05/2021É muito comum a existência de casos de pessoas que sejam viciadas em algum tipo de droga. Foi justamente devido à grande quantidade de casos que as instituições de apoio — como a clínica de reabilitação — surgiram, como tentativa de acolher aquela angústia que o sujeito transforma em sintoma.
Antes de tudo, é preciso entender que o vício é algo muito complexo e difícil de ser manejado, tornando extremamente difícil para o sujeito se readequar às normas e rotinas da sociedade dita como normal.
Nesse cenário, a clínica de reabilitação aparece como alternativa para proporcionar a qualidade de vida para o sujeito e, pouco a pouco, trazer funcionalidade aos seus comportamentos.
Continue a leitura para entender um pouco mais sobre o papel da clínica de reabilitação.
O que é e qual é o papel de uma clínica de reabilitação?
O conceito de reabilitação é definido como o cuidado, fornecido por uma equipe multidisciplinar, que tem como objetivo recuperar, manter ou melhorar as habilidades do sujeito perante os diversos âmbitos da vida. Essas habilidades podem ser físicas, mentais e/ou cognitivas (pensamento e aprendizagem).
Assim, clínicas de reabilitação são espaços compostos por uma equipe técnica qualificada para atender os pacientes com diversos tipos de demandas. A intenção é reinseri-lo na sociedade através do desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas, distanciando-o do vício.
Contudo, vale ressaltar que as clínicas de reabilitação não são exclusivas para tratamento de dependentes químicos (álcool e outras drogas). Além dessa categoria, existem clínicas para reabilitação física para pessoas com lesão ou com doenças crônicas, por exemplo.
Ademais, ainda há algumas clínicas de reabilitação um pouco mais amplas e tratam questões relacionadas à ansiedade e ao estresse, além de outras condições como TOC, distúrbios alimentares e os diversos tipos de vício.
Geralmente, todas estão situadas em locais estratégicos, com o objetivo de garantir discrição, paz e tranquilidade aos pacientes. Além disso, oferecem acomodações e serviços de internação para que seus pacientes possam receber os cuidados necessários ao seu tratamento.
Qual é o objetivo?
O objetivo geral da clínica de reabilitação é ajudar o paciente a recuperar suas habilidades e construir independência. Contudo, existe um plano de tratamento individual, com objetivos específicos, estabelecidos com base nas demandas singulares daquele paciente, por exemplo:
- Um sujeito que teve um derrame pode precisar de reabilitação para poder se vestir ou tomar banho
- Uma pessoa ativa que teve um ataque cardíaco pode passar por uma reabilitação cardíaca para tentar voltar a se exercitar
- Alguém com dependência química de tabaco, pode necessitar do acompanhamento psicoterapêutico, aliado à intervenção medicamentosa e estabelecimento de uma rotina mais produtiva
Uma clínica de reabilitação é um espaço preparado enquanto estrutura e em corpo clínico, Ela deve ter todos os recursos necessários para acolher o paciente e disponibilizar um tratamento individualizado, possibilitando a saúde física e mental.
As clínicas especializadas em dependência química, por exemplo, normalmente apresentam um serviço de tratamento mais completo e robusto, contando com técnicas atualizadas e práticas médicas modernas, assim como uma equipe multidisciplinar capacitada.
Quais profissionais podem fazer parte da equipe de uma clínica de reabilitação?
Não existe uma regra sobre a quantidade de profissionais ou especialização da equipe clínica. Porém, a maioria das clínicas de reabilitação contam com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, psiquiatras, médicos, enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos e, em alguns casos, pedagogos.
Médicos e psicólogos
Os médicos são os profissionais que vem à mente primeiro quando pensamos em reabilitação. O papel dele é essencial em vários âmbitos. Um deles é no ato da solicitação de uma bateria de exames, com o objetivo de se avaliar mais profundamente a condição física, buscando entender o que é necessário para se restabelecer.
Os psicólogos e psiquiatras atuam em conjunto para a elaboração de um plano de tratamento que seja capaz de promover a saúde mental do paciente. Para isso, é feita a anamnese para entender o contexto daquele sujeito.
Dentro da clínica de reabilitação, a terapia irá provocar o sujeito a entender a relação que ele estabelece com a substância química ou os impactos psicológicos de um acidente/doença na vida dele. Assim, vai ajudá-lo a ter um repertório comportamental mais funcional, bem como desenvolver o autoconhecimento e até evitar pensamentos suicidas.
A intervenção medicamentosa é necessária em boa parte dos casos que são tratados em clínicas de reabilitação. Assim, é responsabilidade do médico definir quais medicamentos e doses serão mais adequadas para a sinergia de todas as intervenções promovidas pelos outros profissionais envolvidos no tratamento.
Outros profissionais da clínica de reabilitação
Os fonoaudiólogos podem ser úteis em diversas demandas, como:
- Avaliação e terapia fonoaudiológica;
- Assistência em disfagia (dificuldade para engolir alimentos);
- Avaliação audiológica;
- Atividade educativa;
- Consulta especializada.
Em paralelo, os terapeutas ocupacionais ajudam os pacientes a criarem soluções para a realização de tarefas simples do seu cotidiano e que, por algum motivo, se tornaram difíceis ou impraticáveis para aquele sujeito, em virtude da sua dependência e/ou sequela.
Os enfermeiros são fundamentais para:
- Aplicação de medicamentos;
- Acompanhamento da evolução dos casos;
- Suporte emergencial diante quedas e ou condições novas;
- Acompanhamento mais próximo do paciente quanto às intervenções propostas.
Os nutricionistas e educadores físicos atuam na promoção do equilíbrio físico. Então, promovem a reeducação alimentar e saúde através da identificação de alimentos adequados para cada tipo de paciente, bem como uma rotina de exercícios que promova saúde física.
No caso dos dependentes de drogas, por exemplo, o exercício físico é recomendado por estimular a liberação de substâncias neurotróficas e, como consequência, propiciar a melhora funcional do sistema nervoso. Além disso, potencializa as sensações de prazer e relaxamento, tendo efeito extremamente positivo no tratamento da dependência. É importante ressaltar que a atividade física proporciona:
- Redução das alterações neuroquímicas
- Diminuição do desejo e da compulsão pelo uso (fissura);
- Melhoria dos distúrbios do humor e da cognição;
- Redução dos níveis de estresse;
- Diminuição das dificuldades para relacionamento social e afetivo decorrentes do uso de drogas.
Já o pedagogo, por mais que não seja tão comum em uma clínica de reabilitação como parte do corpo clínico, também é fundamental em alguns casos. Ele é responsável por realizar tarefas de avaliação, treinamento e orientação, ou seja, desenvolve programas individuais, planejados com base nas condições patológicas.
O objetivo, então, é proporcionar condições de pleno desenvolvimento pessoal e social, para alcançar níveis de atuação consciente e produtiva.
Como lidar com os sintomas de abstinência dos pacientes?
A abstinência
A abstinência, ou síndrome de abstinência, é o conjunto de sintomas e sensações ocasionados pela falta da substância química durante períodos sem o seu uso. Elas desencadeiam no organismo efeitos que não são fáceis de serem controlados.
Existem duas classificações para a síndrome de abstinência:
- SAA — síndrome de abstinência aguda: acontece no período mais recente da abstenção, durante os primeiros dias sem a substância que causa dependência;
- SAD — síndrome de abstinência demorada: ocorre em intervalos de tempo e enquanto o paciente não está mais sob os efeitos da droga, podendo aparecer em intervalos de dias, meses e até mesmo anos, ainda que o paciente não use mais a substância.
A singularidade de cada caso é novamente essencial para entender quais as maneiras mais assertivas para lidar com sintomas e crises de abstinência. De forma geral, as crises costumam durar entre 4 e 15 dias, mas podem se estender em casos mais críticos.
Forma de lidar com os sintomas de abstinência
A abstinência tende a aparecer nas primeiras semanas de tratamento e, sem dúvidas, é um processo complexo e, normalmente, envolve medicamentos para o controle de sintomas. Cabe, então, aos psiquiatras envolvidos no caso a definição de quais seriam os medicamentos mais adequados para cada caso.
É comum serem receitados o uso de antidepressivos e ansiolíticos, como fluoxetina e os inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina. Já os benzodiazepínicos são indicados para o controle da agitação psicomotora dos pacientes, bem como a prevenção da progressão das crises. Eles também ajudam a evitar o aparecimento de convulsões.
Ademais, os barbitúricos devem ser destinados para os casos de delirium tremens refratários aos benzodiazepínicos.
Outras alternativas
Contudo, ainda existem algumas alternativas naturais que também podem ser usadas por alguns pacientes para inibir a vontade de usar substâncias viciantes e tratar a abstinência. O chá de angélica, por exemplo, é uma delas. Ela é uma planta comum na Europa e muito eficiente para ajudar no controle da ansiedade e depressão.
O girassol mexicano é outro remédio extremamente recomendado para o tratamento e controle da abstinência. Seus princípios agem no organismo e conseguem reduzir, significativamente, as crises de abstinência de drogas, como o álcool e o tabaco.
A clínica de reabilitação pode ser um espaço extremamente positivo para o paciente, que precisa de um suporte estruturado e multidisciplinar para conseguir ter uma qualidade de vida maior, além do autoconhecimento.
Dessa forma, além da equipe multidisciplinar já envolvida naquele espaço, é fundamental que exista uma rede de apoio bem consolidada, que trate o paciente como uma pessoa que precisa de ajuda.
Essa rede de apoio é o que, muitas vezes, sustenta o paciente no tratamento, pois ele entende que existem pessoas com as quais ele consegue recorrer em momentos mais difíceis. Ademais, saber que existem pessoas que acreditam no seu desenvolvimento é algo extremamente motivador e faz toda a diferença no contexto de reabilitação.
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