Terapia do Esquema para Crianças e Adolescentes
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28/05/2024A série “This Is Us” estreou em 2016, criada pelo autor Dan Fogelman, relata a história da família Pearson, composta pelo casal Jack e Rebecca e seus 3 filhos: Kevin, Kate e Randall. Kevin e Kate são gêmeos e filhos biológicos do casal. Randall é filho adotivo e tem a mesma idade dos gêmeos. Dentre os desafios da adoção Randall enfrenta a diferença racial de sua família adotiva.
Na série, os aspectos de cada membro da família são apresentados. Na Terapia do Esquema (TE), a infância é uma etapa importante, porque nela pode ocorrer o estabelecimento dos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs). Por isso, ao abordar o processo de nascimento e adoção das crianças, é possível analisar e entender os comportamentos acionados pelos seus esquemas. Agora, para facilitar a compreensão do funcionamento dos esquemas, faremos um estudo de caso de cada membro da família.
O pai Jack apresenta o esquema de auto sacrifício, podendo ser notado ao longo da série toda, quando ele se coloca no papel de “Herói” das situações, como responsável por todos colocando as necessidades dos outros acima das suas. Isso reflete em um comportamento superprotetor para com os filhos.
A mãe Rebecca apresenta o esquema de autocontrole e disciplina, decorrente da cobrança materna e, também, por sua carreira como cantora não ter dado certo podendo ser notado na sua busca por perfeccionismo, na sensação de desamparo emocional, baixa autoestima, desvaloriza suas conquistas e supervaloriza seus fracassos e defeitos.
No personagem Kevin nota-se o esquema de privação emocional. Por ser mais independente, ele não recebe tanto afeto de seus pais, fazendo com que se sinta “excluído” também podemos notar esse esquema na quando percebe que os pais não se importam com ele, quando apresenta dificuldades em pedir coisas e ajuda ou quando costuma se virar sozinho.
Kate vivencia o esquema de defectividade/vergonha, apresentando autocríticas, sentindo-se inferior e cheia de defeitos, acreditando que não é digna de ser amada, tendo sensibilidade excessiva à crítica das outras pessoas, tendo vergonha de sua aparência. Ela também tem uma relação compulsiva com a comida, comendo para aliviar seus sentimentos.
Em relação a Randall, o filho adotivo, percebe-se o esquema de desconfiança/abuso. Isso resulta na busca incessante de controle e segurança. Ele sente que será enganado pelas pessoas, acredita que está sendo vítima e tem dificuldade de confiar nas pessoas e de demonstrar afeto em seus relacionamentos. Além disso, age de forma impulsiva em situações de estresse.
Ao longo da série, algo muito importante para a teoria da Terapia do Esquema, a forma que se da à relação parental. Os cuidadores têm grande influência nos padrões que as crianças irão desenvolver ao longo da vida. Segundo Young, “a origem dos EIDs ocorre a partir de necessidades emocionais básicas não atendidas na infância e adolescência, situações repetitivas e/ou eventos traumáticos em relação a demandas que necessitavam ser supridas pelos pais ou cuidadores.” (Young et al., 2008, Apud Squefi & Andretta, 2016)
Logo, recomenda-se a série para conhecer mais a fundo cada um dos padrões, assim como os outros EIDs, que estão presentes. Se você deseja saber mais sobre a Terapia do Esquema, acesse o nosso site e confira a nossa Pós-graduação em Terapia do Esquema: https://iptc.net.br/cursos/terapia-do-esquema/
Referência:
Squefi, Mariana, & Andretta, Ilana. (2016). Esquemas iniciais desadaptativos e habilidades sociais educativas: pais e mães. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 12(2), 83-90. https://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20160014