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08/07/2021Existe um debate intenso em todo o mundo acerca da melhor maneira de promover a educação e atividades para alunos com deficiência intelectual. Algumas pessoas defendem a ideia de que é necessário que elas frequentem escolas específicas para esse público, pautada na justificativa de que, dessa forma, elas conseguiriam ter a atenção necessária para um desenvolvimento saudável.
Contudo, esse pensamento sofre muitas críticas, por ser entendido como mais uma forma de segregação, Dessa forma, fica claro para a criança que ela não é como as demais, tendo, então, o efeito oposto ao que realmente é importante: a saúde mental e desenvolvimento intelectual e social daquelas crianças.
As crianças com este tipo de deficiência precisam, de fato, de uma adaptação e é justamente visando isso que existem várias atividades para eles que podem (e devem) ser aplicadas em qualquer contexto escolar.
Qual o objetivo em adaptar as atividades?
A inclusão de alunos com deficiência intelectual é um direito garantido em lei, ou seja, precisa ser cumprido por todas as instituições de ensino. Todos devem ter acesso à educação de qualidade e que consiga potencializar o seu desenvolvimento pedagógico e, muitas vezes, essa metodologia de ensino precisa ser adaptada para conseguir considerar a singularidade de cada sujeito.
Uma criança que tem deficiência intelectual, por exemplo, provavelmente demorará mais tempo para entender um conteúdo, produzir um texto, compreender conceitos que envolvam números e executar atividades manuais. Ao perceber que ela está em um ritmo diferente dos colegas de turma, a tendência é se sentir diferente, inferior a eles.
Adaptar atividades para crianças com deficiência intelectual é encontrar brechas para tornar as atividades mais envolvente para aquela criança, de forma que ela não perca o interesse em aprender coisas novas. De acordo com a psicologia infantil, as adaptações vão ensinar, de uma forma lúdica e particular, conceitos básicos, respeitando o tempo de cada um.
Dessa forma, os educadores da rede de ensino precisam ser capacitados para adaptar atividades sempre que necessário. Ainda que seja difícil montar um plano de aula por dia por aluno, é importante que essas atividades adaptadas sejam incluídas pelo menos algumas vezes ao longo da semana.
Sugestões de atividades para trabalhar a deficiência intelectual
As crianças com deficiência intelectual apresentam um entendimento melhor em atividades que sejam passadas por meio de instruções claras e curtas. Dividir a tarefa em pequenas partes também é algo que ajuda bastante, pois a criança irá ir para o próximo passo apenas quando o passo anterior estiver consolidado e repetido algumas vezes.
É importante também variar a forma com que o conteúdo é compartilhado, para promover a sensação de novidade e empolgação vinculada ao aprendizado. Além disso, o educador precisa flexibilizar o tempo para a realização das atividades e usar estratégias diversificadas, podendo envolver os colegas de sala, por exemplo, em algumas atividades grupais.
Além disso, ao seguir algumas dicas, é possível trazer a criança a uma espécie de mundo novo, em que o aprendizado é possível e pode se tornar algo prazeroso. Essas são algumas das atividades que podem proporcionar isso:
- Insira, sempre que possível, objetos do interesse e de coleções da criança para categorização, classificação, agrupamento, ordenação, noções de conjunto e quantidade;
- As crianças gostam bastante e conseguem fixar conteúdos que envolvam personagens do universo infantil e que desperte interesse nela. Assim, aproveite essa alternativa para propor desenhos, exercícios de memorização, músicas e atividades lúdicas que possam relacionar os personagens com situações reais;
- Uma forma de trabalhar a memorização e entendimento das letras do alfabeto é criar um alfabeto interativo. Usando esse recurso como jogo, você pode criar um jogo da memória, onde o aluno deve memorizar a palavra correspondente à letra. Quando ele acertar, use reforço positivo;
- O uso de itens como fita crepe, tintas, carrinhos, carimbos e massinha é muito indicada para estimular a coordenação viso-motora e aprimorar as habilidades de preensão;
- É importante criar contextos e atividades em que seja possível usar objetos reais, que façam parte do cotidiano da criança. Dessa forma, ela consegue entender as percepções de medidas e variações que possam acontecer, para, assim, entender a função delas no mundo. Peça, então, à criança para relacionar esses objetos através de desenhos, problemas matemáticos simples ou algo que consiga ser registrado de alguma forma;
- Crianças gostam bastante de atividades que envolvam itens de papelaria, pois levam certa emoção e diversão para a tarefa. Assim, o uso de pastas com plástico, projetos em sulfite, papel contact, canetinhas, lápis de cor e coisas do tipo são essenciais para que a criança consiga desenvolver a psicomotricidade;
- Utilizando blocos lógicos, a criança deve organizar as formas de acordo com o que estiver desenhado na folha, para estimular o raciocínio matemático. Lembre-se de reforçar positivamente os acertos e oferecer ajuda se necessário;
- Escrever a música com palitos de picolé também é uma alternativa bem interativa. Você pode trabalhar as músicas preferidas do aluno, orientando-o a ordenar os palitos (que conterão frases da música) de forma que a canção fique correta;
- Interessante usar objetos do interesse e de coleções da criança para categorização, classificação, agrupamento, ordenação, noções de conjunto e quantidade;
- Os encartes de revistas são excelentes para a criação de quebra-cabeças, bem como possibilitar percepções de posições no espaço;
- Alunos que estão sendo alfabetizados devem ter em mãos letras manipuláveis, material para contagem e jogos pedagógicos que possam contribuir para melhor aprendizagem;
- Atividades físicas também são bem interessantes, como o vôlei sentado. Nesta adaptação, foi usada uma bola diferente criadas novas regras. Tenha em mente que talvez seja necessário repetir o jogo mais vezes para que o aluno entenda a dinâmica;
- Existem alguns brinquedos e brincadeiras que focam na leitura, através da associação de palavras com imagens, textos com músicas, categorização de objetos e vários outros.
A responsabilidade além das atividades
Vale ressaltar que as atividades só irão funcionar se o educador e equipe pedagógica envolvida realmente estiverem dispostos a conhecer cada aluno, para entender cada singularidade, visto que cada um aprende de uma forma.
Algumas crianças aprendem melhor vendo, outras ouvindo, algumas, até tocando. Saber qual o melhor modelo de atividades para alunos com deficiência intelectual é, então, fundamental para elaborar o plano de desenvolvimento pedagógico.
Além disso, a empatia é primordial para que a relação entre aluno e professor se estabeleça de forma saudável. Antes de qualquer coisa, o (a) professor (a) precisa entender a importância da sua função e o quão valioso é para aquele aluno aprender uma coisa nova. Ao acompanhar de perto o aluno, o educador pode aproveitar as emoções compartilhadas pelo aluno para elaborar atividades que possam ajudá-lo a nomeá-las.
Os pais também têm um papel de extrema relevância no processo, pois também podem aplicar atividades em casa. Essas devem estimular a leitura, escrita, socialização e psicomotricidade a partir de itens que tem em casa. O ideal é que essas atividades sejam alinhadas também com os professores, para que complementem o que foi trabalhado em sala de aula.
Existem diversas atividades para alunos com deficiência intelectual, pensadas na inserção e consolidação daquela criança no meio social. Por meio dessas atividades, a criança consegue aprender conceitos, ainda que em um ritmo um pouco mais lento, alimentando a autoconfiança dela.
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