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09/07/2021Trocar letras e sons para ler e escrever é o sinal mais famoso da dislexia, um distúrbio provocado pela alteração cromossômica hereditária, acometendo de 0,5% a 17% da população mundial. Os sintomas tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização e são principalmente manifestados através da dificuldade de leitura. Porém, na dislexia o tratamento é imprescindível.
Quando uma criança tem dificuldades para ler e escrever, é comum que pais e professores desconfiem da dislexia, visto que é um dos sintomas mais comuns. É importante a observação atenta para que o tratamento consiga iniciar o mais breve possível, de forma a promover a saúde mental do paciente.
Continue a leitura para entender sobre o tratamento da dislexia.
Como é feito o diagnóstico da dislexia?
Os disléxicos utilizam sistemas de leitura compensatórios, como aponta Shaywitz (2003). Além de depender mais da área de Broca, usam outro sistema de leitura localizado no lado direito e na parte anterior do cérebro, que é um sistema funcional, mas não automático.
O diagnóstico da dislexia, assim como o dos outros transtornos do neurodesenvolvimento, não é pautado em um resultado de uma bateria de exames, por exemplo. No caso da dislexia, o diagnóstico é feito não só por uma pessoa, mas por uma equipe multidisciplinar envolvida, que é capaz de contribuir com insights de várias áreas.
A partir da observação, anamnese e da realização de algumas intervenções técnicas, a hipótese da dislexia é ou não considerada válida. Isso é feito, portanto, com base nos sintomas manifestados e nas respostas às tentativas de intervenção prévia.
Antes de afirmar que uma pessoa é disléxica, é fundamental que seja descartada a ocorrência de deficiências visuais e auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos ou até mesmo socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem daquele paciente.
O diagnóstico, para Silva e Crenitte (2014), deve levar em consideração o perfil linguístico, familiar e de gêneros dos dialéticos. Além disso, a equipe precisa identificar a necessidade da utilização de programas de intervenção com base fonológica.
Ademais, é importante a realização do diagnóstico precoce de dislexia, com o objetivo de evitar que sejam atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos negativos sobre sua auto-estima e ambição de vida.
Tratamento para dislexia
O principal objetivo do tratamento para dislexia é promover o desenvolvimento do aprendizado do paciente e, para isso, envolve a aplicação de estratégias de aprendizagem que estimulam a leitura, a escrita e a visão. O ponto chave é a participação de uma equipe multidisciplinar, composta por neurologista, psicólogo, psiquiatra, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, oftalmologista e demais profissionais que sejam necessários, a depender do caso.
Ainda que não haja cura para dislexia, é possível alcançar bons resultados com o tratamento correto. Isso porque ele é adaptado para as necessidades de cada paciente, que irá, gradualmente, avançando com o passar dos meses.
O tratamento adequado da dislexia é fruto de um longo processo, que passa por altos e baixos. Porém, é um processo que consegue auxiliar o paciente disléxico a enfrentar as dificuldades do transtorno, os preconceitos e possíveis danos emocionais.
Tratamento no contexto escolar
Dois métodos de alfabetização costumam ser bem utilizados no tratamento da dislexia: o fônico e o multissensorial. O fônico é indicado para crianças mais jovens, pois se torna mais promissor se for introduzido logo no início da alfabetização. O multissensorial, em contrapartida, é indicado para crianças mais velhas, que já passaram por tentativas de alfabetização prévias.
O corpo docente tem um papel fundamental no tratamento de um disléxico, pois é o local em que o paciente passa grande parte do seu dia, toda a semana. É fundamental que haja um acompanhamento pedagógico por parte da escola, para que seja direcionado um (a) professor (a) capacitado. A partir desse direcionamento, o professor irá adaptar o plano de ensino para flexibilizar as atividades e, assim, promover o aprendizado e engajamento do paciente.
É importante que a criança seja incluída na na sala de aula, para que seja trabalhado com ela as formas de conseguir a independência e autonomia, através de estratégias como:
- Dar instruções orais e escritas;
- Explicar claramente as atividades que serão realizadas;
- Estimular atividades em grupo e fora da sala de aula.
Tratamento fonoaudiológico e psicológico
O fonoaudiólogo é um profissional extremamente necessário no tratamento da dislexia, pois exerce o papel de estabelecer estratégias. Através delas é possível facilitar a leitura e diminuir a dificuldade em associar os sons da fala à escrita correspondentes.
O tratamento é, normalmente, adaptado de modo que exista uma evolução dos conteúdos mais básicos até os mais difíceis. Por isso, o treinamento deve ser constante, para manter e reforçar o que foi aprendido.
O acompanhamento psicológico também é uma parte importante no tratamento de pacientes disléxicos, pois o terapeuta ajudará o paciente a enfrentar as críticas. Além disso, poderá potencializar a autoestima, ajudar a ter relações interpessoais saudáveis e ajudar a entender melhor as próprias emoções. Por meio do tratamento, o paciente consegue, pouco a pouco, ressignificar seus traumas e ter a força necessária para continuar o tratamento.
Tratamento dentro de casa
Os pais e a família próxima da criança com dislexia também precisam se envolver no tratamento, pois são as pessoas responsáveis por motivar e apoiar as intervenções às quais ela está sendo submetida.
Muitas vezes os profissionais de saúde passam tarefas de casa para o paciente, de forma a construir um tratamento continuado. Nesse contexto, os tutores da criança precisam se comprometer a realizar o que for proposto pela equipe, sendo parceiros do tratamento.
Como a criatividade é um traço marcante entre os disléxicos, aconselha-se os pais a estimular a criança a desenhar, pintar, tocar instrumentos musicais e praticar esportes, por exemplo. Além disso, graças ao avanço da tecnologia, o desenvolvimento dos disléxicos ganhou bons aliados. Alguns deles são os softwares e até mesmo videogames específicos que treinam as habilidades na leitura e escrita, bem como audiobooks que estimulam a associação do som das palavras às letras correspondentes.
Apesar da dislexia ser um transtorno de linguagem acentuado, ela não impede o desenvolvimento integral e saudável do paciente. Portanto, através do tratamento, esse consegue ter uma vida funcional e com qualidade.
Ainda que o paciente possa ter suas particularidades e dificuldades pontuais, o tratamento proporcionará um canal adequado para que elas sejam trabalhadas. Além disso, será feito em tempo hábil e forma adequada, permitindo que o paciente consiga se desenvolver.
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