O Empirismo Colaborativo e a Terapia Cognitivo-Comportamental

Todos os psicólogos concordam que uma boa aliança entre terapeutas e pacientes é essencial para uma psicoterapia apresentar bons resultados. São alguns componentes inespecíficos de uma aliança terapêutica de qualidade a empatia, a cordialidade e o compromisso com o bom andamento da terapia.

Além desses aspectos comuns, cada escola propões características próprias para sua aliança terapêutica, de acordo com o tipo de psicoterapia. No caso da terapia cognitivo-comportamental (TCC), o modelo específico de aliança terapêutica é o empirismo colaborativo.

Empirismo colaborativo

O componente empirismo vem de uma escola filosófica para a qual a aquisição de novos conhecimentos se dá principalmente através da observação e da experimentação objetivas. O empirismo está de acordo com o método científico. Já a colaboração resulta da formação de uma dupla terapêutica, que identifica e testa a validade das avaliações subjetivas de experiências significativas da vida do paciente.

O empirismo colaborativo somente é possível se o terapeuta deixar de lado visões preconcebidas e descer do pedestal de detentor exclusivo do saber. Além disso, ele precisa ter uma postura aberta e de curiosidade de como o paciente experimenta a sua realidade. Já o paciente não deve ser um agente passivo e passar a ser corresponsável pelo bom andamento das sessões e de todo o curso da terapia.
A descoberta guiada é a manifestação prática do empirismo colaborativo nas sessões da TCC. Ela pode ser dividida em dois componentes principais, os processos e os instrumentos.

Sobre os processos

Os processos são os métodos utilizados pela dupla terapêutica para avaliar a validade e a utilidade das cognições e crenças do paciente. Entre eles se destacam o Diálogo Socrático, o Ensaio Cognitivo, os Experimentos Comportamentais e as Tarefas Externas às Sessões.

Os instrumentos são as ferramentas utilizadas para facilitar o sucesso dos processos da descoberta guiada. São os Registros de Pensamentos Disfuncionais – RPD, as Fichas de Monitoração e Agendamento de Atividades, as Escalas de Avaliação de Unidades de Desconforto Subjetivo – SUDS, os Gráficos em Tortas de Reatribuição de Responsabilidades e a Técnica do Continuum para Crenças Nucleares.

Fundamento principal

O fundamento principal do empirismo colaborativo e da descoberta guiada é que o aprendizado resulta melhor se a pessoa chegar por si mesma a suas próprias conclusões, ao invés de ser doutrinada, convencida ou desafiada em suas opiniões. Ele é a beleza e arte da TCC, que pode ser aplicado tanto com os pacientes como na vida pessoal dos terapeutas.

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