Terapia Cognitivo-Comportamental: A Caçula das Escolas de Psicoterapia

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das mais recentes escolas de psicoterapia. Os primeiros livros dedicados exclusivamente a ela surgiram apenas a partir de 1979, quando tanto a psicanálise quanto o behaviorismo já estavam estabelecidos por possuírem décadas de história. Mesmo assim, hoje a TCC é a modalidade de psicoterapia comas maiores taxas de crescimento. A explicação para esse sucesso é que a Terapia Cognitiva-Comportamental nasceu com o objetivo de vir a ser um sistema completo de psicoterapia. Com uma teoria que abrangesse os processos da personalidade normal e dos transtornos emocionais e cujos procedimentos terapêuticos derivados diretamente desse conhecimento fossem eficazes.

Vários aspectos da teoria da Terapia Cognitivo-Comportamental já foram comprovados cientificamente. O modelo cognitivo da psicopatologia baseia-se na presença e relação do conteúdo dos pensamentos automáticos comas diferentes reações emocionais. Por exemplo, temas sobre perdas estão relacionados com tristeza, perigo com ansiedade e desrespeito a limites com raiva. Nos casos dos transtornos, esses mesmos pensamentos e seus temas aumentam em frequência, saliência e desadaptação com a realidade, estando relacionados com graus crescentes de sofrimento emocional. Além disso, o modelo defende que os indivíduos apresentam sistemas particulares de crenças, subjacentes aos pensamentos automáticos e que dão sentido às suas experiências de vida. Esses sistemas ou estruturas cognitivas, chamados de esquemas, são relativamente estáveis e, quando ativadas por situações problema, podem produzir os pensamentos, emoções e comportamentos disfuncionais. Inúmeros trabalhos científicos apoiam a eficácia dos procedimentos terapêuticos da TCC. Por exemplo, os pacientes podem ser treinados a identificar e reconhecer o impacto negativo dos pensamentos automáticos e dos esquemas em suas vidas. Então diferentes procedimentos cognitivos e comportamentais são empregados colaborativamente para testar e modificar os diferentes níveis de crenças disfuncionais. Os pacientes melhoram quando consideram explicações alternativas e conseguem adquirir novas perspectivas para seus problemas.

Além dos modelos e abordagens gerais, foram desenvolvidos formulações teóricas e procedimentos específicos para diferentes transtornos, incluindo depressão, transtorno do pânico, fobias, abuso de substâncias e transtornos de personalidade. A Terapia Cognitivo-Comportamental atingiu a idade adulta. É um sistema de psicoterapia maduro, com teoria e prática bem desenvolvidas. Mesmo assim, permanece um sistema aberto, em constante desenvolvimento, de acordo com o acúmulo de experiência de seus praticantes e o avanço das neurociências. Se você é um psicólogo ou estudante de psicologia, considere estudar a Terapia Cognitivo-Comportamental.

Salmo Zugman CRM 10869