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14/07/2021O luto é, em grande parte das vezes, associado à morte de algum ente querido. Contudo, o conceito de luto pode ser aplicado para se referir à dor de alguma perda, não necessariamente de alguma pessoa. Além disso, existem 5 fases do luto. Você sabia?
Essas fases são fundamentais para a aceitação de uma perda. Ainda que as situações e intensidades mudem de pessoa para pessoa ou, até mesmo, de momento para momento, as fases estão sempre presentes. Entendê-las, então, pode tornar menos doloroso vivenciá-las.
O luto também aparece em contextos de final de ciclo. Nesse sentido, terminar uma faculdade, um relacionamento ou uma passagem por uma empresa, por exemplo, também originam uma dor da perda, visto que é algo que fazia parte da vida daquela pessoa.
Continue a leitura para aprender sobre as 5 fases do luto.
Definição das 5 fases do luto
Elisabeth Kübler-Ross, uma psiquiatra suiça-americana, foi a primeira pessoa a abordar o luto diante de 5 fases. Seus estudos foram destinados a entender as reações emocionais de pacientes terminais, tendo o câncer e o AIDS como principais focos.
Ela acompanhou os pacientes de perto, oferecendo um espaço de escuta em momentos de solidão e medo. Através dessa observação e acompanhamento, Elizabeth almejava humanizar o tratamento que esses pacientes recebiam nos hospitais e clínicas, bem como educar os profissionais de saúde sobre a morte e o luto que estava associada a ela.
Em seu livro “Sobre a Morte e o Morrer”, Elisabeth escreveu, pioneiramente, sobre as 5 fases do luto. Para isso, ela entrevistou pacientes e familiares, em busca de compreender a sua relação com a iminência da morte e a aceitação da perda.
As 5 fases do luto
Ao contrário do que muita gente pensa, as fases do luto não seguem uma lógica linear. Cada sujeito passa por elas de forma singular, de acordo com a situação que as provocou, o repertório comportamental, a bagagem emocional e a história de vida. Veja, a seguir, quais são as 5 fases.
- Negação
É muito difícil aceitar que uma pessoa — ou algo — não faz mais parte da nossa vida e a morte escancara o quão decisiva essa sentença pode ser. Dessa forma, o indivíduo enlutado costuma rejeitar essa notícia, não tentando acreditar na possibilidade de que essa perda realmente tenha acontecido.
Trata-se de um mecanismo de defesa, em que a pessoa tenta proteger a si mesma de uma verdade sofrida, que pode provocar impactos negativos na sua saúde mental. A fase da negação, então, não tem um prazo determinado para acabar, podendo durar minutos, dias, semanas, meses e até mesmo anos.
Nessa fase é comum que a pessoa enlutada prefira o isolamento social, se fechando em um bolha, na tentativa de fingir que aquilo não aconteceu de fato.
- Raiva
Outra fase comum do luto é a raiva. Nessa fase, como o próprio nome já diz, o indivíduo sente muita raiva do que aconteceu. Raiva de ter que lidar com a perda. Junto a ela, a angústia, desespero, medo, culpa e frustração podem se manifestar, tornando o enlutado mais propício a ter atitudes impulsivas, ríspidas e desagradáveis.
Algumas pessoas que convivem com um enlutado que está na fase da raiva podem tentar trazê-lo de volta à realidade. Porém, ele tende a reagir com agressividade, sendo incapaz de aceitar a perda.
É comum que a pessoa enlutada tenha atitudes autodestrutivas, como beber em exagero, brigar com desconhecidos, destruir suas próprias coisas e criar o hábito de fumar, por exemplo. Assim, a revolta é o ponto-chave dessa fase.
- Barganha ou negociação
A fase da barganha é bem delicada, uma vez que o enlutado tenta adiar os temores da situação causadora do luto. Nessa fase, os pensamentos que a pessoa tem a fazem acreditar que as coisas podem voltar a ser como antes. Sendo assim, a pessoa tenta “negociar” consigo mesma ou com os outros para que isso aconteça.
A pessoa enlutada negocia consigo mesma ou com a entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de aliviar a sua dor. Nessa fase, é comum que o indivíduo tenha pensamentos do tipo “e se eu tivesse feito isso” ou “se eu fizer X coisa, posso reverter a situação” e mesmo que ela entenda a impossibilidade desses feitos, ela os alimenta para consolar a si mesma.
- Depressão
A depressão é uma das fases mais intensas do luto, escancarando o sofrimento por trás daquela perda. É o momento em que a pessoa se apega intensamente à dor causada pela perda do ente querido ou pelo fim de algum ciclo e essa conexão estabelecida é usada para se prender à depressão por tempo indeterminado.
Essa fase é marcada pelo choro copioso, isolamento, crises de ansiedade e dificuldade para retomar a vida normal, ainda que minimamente bem para enfrentar as demandas diárias.
- Aceitação
A aceitação é o último estágio do luto, mesmo quando a experiência não é linear. É o momento em que a pessoa enlutada consegue, ainda que minimamente, compreender a nova realidade constituída pela ausência de não ter mais aquilo ou não estar imersa no mesmo ciclo.
É importante mencionar que aceitar não quer dizer que a dor foi embora, mas sim que a pessoa aprendeu a conviver de forma mais saudável com ela. A saudade sempre estará presente, mas o enlutado consegue ressignificar esse sentimento de perda e começar a dar novos passos, ainda que pequenos.
O papel da Psicologia no luto
O terapeuta exerce um papel fundamental no acompanhamento de uma pessoa que está passando pelas fases do luto, pois consegue criar uma canal para liberação de angústias, trabalhando temas e ajudando a pessoa a passar pelas fases sem provocar tantas sequelas.
Dessa forma, o terapeuta trabalhará com o paciente para aliviar a vivência de luto, trazendo-o de volta para a realidade. Ele ajudará o enlutado a compreender que um ciclo se fechou, mas que existem vários abrindo a todo momento.
A terapia é essencial para que o enlutado consiga se reerguer, relembrando-o de suas capacidades e sonhos. Uma abordagem recomendada é a terapia cognitiva-comportamental, pois tende a trabalhar habilidades para modificar pensamentos conscientes e comportamentos disfuncionais.
O processo de luto é inevitável e vamos ser submetidos a eles em vários momentos da nossa vida, por se tratar de um processo natural da existência humana. É importante entender que o processo de luto não é patológico. Ele é uma resposta emocional esperada em uma situação de perda.
Logo, todos têm o direito de viver as 5 fases do luto, por se tratar de um processo intenso, porém essencial para a compreensão de que nada na vida é eterno e está tudo bem ser assim.
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