Curso de Atualização no Tratamento dos Transtornos da Personalidade
08/12/2023Terapia Cognitivo-Comportamental: A Caçula das Escolas de Psicoterapia
24/01/2024Os transtornos de personalidade são comuns nos consultórios psicológicos. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª. Edição (DSM-IV), a prevalência desses transtornos na população geral é de 9% a 11,2%. No entanto, esses transtornos tem início precoce e são de longa duração, alguns estudiosos estimam que a prevalência desses transtornos pode chegar a 50% nos serviços de atendimento psicológico. Infelizmente, frequentemente eles passam desapercebidos, o que pode prejudicar o tratamento desses pacientes.
As comorbidades dos transtornos de personalidade com outros transtornos mentais são comuns. Destacam-se a depressão, quadros de ansiedade e o abuso de substâncias. Geralmente, é por esses motivos que os pacientes buscam tratamento, pois muitas vezes não percebem problemas em suas personalidades ou justificam que suas dificuldades são causadas por outras pessoas.
A característica essencial comum aos transtornos de personalidade é dificuldade de iniciar e manter relações interpessoais satisfatórias. Essa dificuldade pode provocar disfunções sociais, sofrimento pessoal e diminuição da qualidade de vida. Além disso, essa característica básica relacional, independente do transtorno de personalidade específico, tem impacto negativo na aliança terapêutica, para o qual o psicólogo precisa estar atento.
Esses são alguns dos principais sinais de alerta principais que, quando presentes, podem indicar a presença de um transtorno de personalidade: padrões repetitivos de comportamentos disfuncionais, pouca aceitação em relação aos contratos de tratamento, terapia aparentando ter chegado a uma parada sem razão evidente e o paciente vendo seus problemas como fazendo parte de seu jeito de ser.
A identificação da presença de um transtorno de personalidade é importante, apesar desses transtornos poderem ser vistos como não tendo tratamento. Os pacientes podem não ver a necessidade ou ter incapacidade de mudar. Porém, os desenvolvimentos recentes das terapias cognitivas, com formulações inovadoras e intervenções com benefícios cientificamente comprovados, têm resultado em grande satisfação dos psicólogos e de seus pacientes. Exemplos dessas novas abordagens são a Terapia do Esquema e a Terapia Comportamental Dialética.
Sendo assim, o conhecimento sobre como diagnosticar e tratar com sucesso os transtornos de personalidade não pode ser ignorado pelos psicólogos e psiquiatras que almejam progredir em suas carreiras.
Salmo Zugman CRM 10869