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12/03/2024“A amígdala, também conhecida como complexo amigdaloide, é um aglomerado heterogêneo de núcleos neurais localizados no lobo temporal” (JOHNSTON,1923). Com base na integração de informações dos internos e externos ao indivíduo, essa estrutura desempenha um papel crucial no processamento das emoções, no planejamento comportamental, nas respostas emocionais ao medo, na coordenação de respostas apropriadas ao perigo e na formação de memórias emocionais.
No filme “Divertida Mente”, da Disney Pixar, essas funções são lúdicas e vividamente representadas nas respostas emocionais da personagem Riley. Por exemplo, há uma cena em que as personagens “Alegria” e “Tristeza” têm acesso ao local de armazenamento dos medos da Riley, que são memórias com representações emocionais negativas. Em seguida, elas fazem com que uma dessas memórias, o palhaço Jangles, entre no sonho da Riley. Quando ela começa a sonhar com o palhaço, o medo e as suas respostas emocionais são ativados, o que a acorda ofegante e assustada. Essas respostas, relacionadas à aparição de uma figura amedrontadora, são recorrentes na ativação da amígdala.
Em outra cena, observa-se que a mudança de cidade leva Riley a experimentar a emoção do medo durante seu primeiro dia de aula, evidenciando suas ansiedades e preocupações. A personagem lista uma série de possíveis tragédias pessoais, e uma delas é de ter que falar em público. Ao iniciar a aula, a professora solicita que a Riley se apresente, ativando um de seus medos. Quando Riley começa a responder, são desencadeadas respostas emocionais, como chorar, que podem ser percebidas pela turma, deixando-a constrangida.
Outra emoção observada no filme é a “raiva, que assim como o medo, está relacionada às funções da amígdala. Essa relação ocorre devido às conexões com o hipotálamo e outras estruturas centrais. A estimulação elétrica dos núcleos basolaterais da amígdala ativa o hipotálamo e os núcleos do tronco encefálico, produzindo comportamento típico de agressão afetiva” (Esperidião-Antônio, V. et al. / Rev. Psiq. Clín 35 (2); 55-65, 2008). Essa agressão afetiva pode ser ilustrada na cena seguinte à citada acima, na qual a Riley responde de forma agressiva a seu pai durante o jantar. Ele também devolve a agressão na fala, resultando em um conflito entre eles. O pai pede que ela se retire, e Riley faz isso com rapidez, demonstrando, naquele momento, que está se sentindo agredida. Essas reações são notadas como uma resposta de luta e fuga mútua.
Em diversas cenas do filme, são evidentes as funções relacionadas à amígdala. A animação busca representar os aspectos internos da personagem e suas cinco emoções básicas: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Entretanto, é fundamental ressaltar que o filme não se limita apenas à amígdala; ele oferece uma janela para a compreensão de outras estruturas da neuroanatomia funcional.
A Neuroanatomia Funcional, ou seja, o estudo das estruturas neurológicas e suas funções, faz parte da grade curricular da Pós-graduação em Neuropsicologia Clínica do Instituto Paranaense de Terapias Cognitivas (IPTC). Além disso, o curso abrange diversos outros aspectos das funções cognitivas e neuropsicológicas. O Curso de Pós-graduação em Neuropsicologia Clínica do IPTC explora as conexões entre o cérebro e o comportamento humano, visando uma prática profissional de impacto. A integração de aulas teóricas e práticas contribui para formar profissionais de sucesso. Saiba mais e acesse nosso site: https://iptc.net.br/cursos/pos-graduacao-neuropsicologia/
Amanda Knop Zepechouka
Equipe IPTC
Referência:
Esperidião-Antonio, V., Majeski-Colombo, M., Toledo-Monteverde, D., Moraes-Martins, G., Fernandes, J. J., Assis, M. B. de & Siqueira-Batista, R.. (2008). Neurobiologia das emoções. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 35(2), 55–65. https://doi.org/10.1590/S0101-60832008000200003
Johnston JB. Further contributions to the study of the evolution of the forebrain. J Comp Neurol. 1923;35:337-481.
Leaviss, J., & Uttley, L. (2015). Psychotherapeutic benefits of compassion-focused therapy: An early systematic review. Psychological medicine, 45(5), 927-945.