Entrevista com o Dr. Bernard Rangé

Para o IPTC é um orgulho receber um profissional de renome como o Dr. Rangé, que faz parte da nossa trajetória.

O Dr. Bernard Rangé é psicólogo com graduação e Mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sendo Professor e Pesquisador do Programa de Pós-graduação em Psicologia, do Instituto de Psicologia da UFRJ. É autor de importantes livros e artigos sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental e se consagra como uma das maiores referências da área. O Dr. Rangé ministra o módulo de Terapia Cognitivo-Comportamental nos Transtornos de Ansiedade do curso de especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental Adulto do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC). Para o IPTC é um orgulho receber um profissional de renome como o Dr. Rangé.

Imagine duas pessoas em um elevador e, do nada, ele para de funcionar, deixando-as presas ali dentro. Uma das pessoas que ficou presa se diz “Droga, vou chegar atrasado ao dentista!”, e ela experimenta um sentimento de irritação e frustração, pois não vai conseguir chegar no seu compromisso na hora marcada. Já a outra se diz: “Meu Deus, não vou conseguir respirar, eu vou morrer!”. Esta pessoa experimenta um medo intenso. Segundo o Dr. Bernard Rangé isso é o que caracteriza a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): o resultado de avaliações que as pessoas fazem daquilo que elas experienciam. Assim, dependendo de cada avaliação a experiência emocional pode ser diferente.

“Quantas pessoas encontramos mortas em elevadores no dia a dia?” Indaga o Dr. Rangé, a resposta para esta pergunta mostra como essa pessoa que ficou com medo de morrer ao ficar presa no elevador fez uma interpretação exagerada, à qual a TCC dá o nome de catastrófica. Esse é o modo básico de fazer interpretações dentro do conjunto dos transtornos de ansiedade, que se caracterizam muito pelo exagero da probabilidade ou da magnitude de um acontecimento. O trabalho desta terapia consiste em fazer com que a pessoa reconheça que está realizando uma interpretação distorcida e substituir tais interpretações por outras mais realistas.