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05/11/2021Com o objetivo de se tornar uma orientação mais precisa e padrão para os profissionais da medicina e da área da saúde como um todo, as guidelines podem ser entendidas como diretrizes clínicas. Elas são responsáveis por ajudar o profissional a se situar diante a necessidade de tomada de decisão ou diagnóstico, dentre diversas outras funções.
A graduação e os cursos posteriores a ela não conseguem, isoladamente, ensinar como analisar as evidências apresentadas, por exemplo.
Além disso, tem-se observado o desenvolvimento de praticamente uma verdadeira epidemia explosiva diante de um mesmo assunto, geralmente partindo de fontes diferentes para chegar a conclusões diferentes, sob a mesma justificativa de uma suposta base científica.
Nesse sentido, as guidelines são essenciais. Interessante, não é mesmo? Continue a leitura para continuar aprendendo sobre as guidelines.
O que são guidelines
O dicionário de Oxford define guidelines como uma regra geral, princípio ou, até mesmo, conselho. Partindo dessa definição, podemos entender que as guidelines são um conjunto de diretrizes voltadas para a parte clínica. Elas têm como objetivo principal orientar o médico, por exemplo, acerca de uma decisão durante o tratamento de alguma doença.
Field and Lohr apresentaram, pela primeira vez o conceito de guidelines em 1990 e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) adaptou-o para “recomendações desenvolvidas de forma sistemática, com o objetivo de auxiliar profissionais e pacientes na tomada de decisão em relação à alternativa mais adequada para o cuidado de sua saúde em circunstâncias clínicas específicas.”
Os termos como protocolos clínicos, algoritmos clínicos e consensos são também usados para se referir às guidelines. Porém, na verdade, trata-se de situações especiais ou particulares dentro das diretrizes.
Para a construção de uma guideline sólida, é necessário o consenso de um grupo de especialistas. Normalmente, composto por médicos e estudiosos conceituados da área da saúde em geral.
O consenso dá origem a um protocolo mais formalizado, estruturado e rígido, que faz com que as diretrizes se tornem documentos abrangentes dentro de um assunto específico e se diferenciam diante de capítulos de livros e artigos. Isso porque são práticas e concretas, além de serem continuamente atualizadas com o avanço dos estudos da área.
Diferença entre protocolo clínico e diretrizes
Existe uma linha tênue entre o conceito de diretrizes e o de protocolo clínico, o que dá brecha para a dificuldade entre os profissionais de realmente entenderem qual deve ser o guia para determinadas situações.
Os protocolos clínicos são mais específicos, podendo ser entendidos como uma parte das diretrizes. São adaptações das recomendações e orientações contidas nas diretrizes para os processos específicos, definindo fluxos de atendimento e algoritmos voltados para a promoção do melhor cuidado em determinado serviço de saúde.
De modo geral, os protocolos clínicos visam garantir que as recomendações realmente sejam aplicadas na prática clínica. Ademais, busca que o paciente tenha o resultado esperado nos estudos sobre determinada demanda.
Os profissionais da saúde o utilizam para adaptar as recomendações com base no perfil epidemiológico da população local e de acordo com os recursos disponíveis garantindo o custo, eficácia e autossustentabilidade das instituições de saúde diante da incorporação de novas tecnologias (medicamentos, exames e procedimentos, por exemplo).
Outro ponto que os diferencia é o tamanho dos documentos. As diretrizes ou guidelines são maiores, uma vez que contemplam todas as possibilidades dentro de uma condição, perpassando pela prevenção, tratamento e acompanhamento em todos os âmbitos.
Por outro lado, os protocolos normalmente tendem a ser documentos mais objetivos, concisos e que realmente sintetizam as recomendações para a realidade vigente, bem como auxiliam os profissionais na tomada de uma decisão mais rápida.
Em resumo, as diretrizes clínicas reúnem as evidências disponíveis e compilam recomendações. Enquanto isso, a existência de protocolos clínicos permite que as recomendações sejam adaptadas à realidade local e realmente incorporadas à prática clínica, potencializando o benefício real para o paciente.
Como utilizar guidelines
O desenvolvimento e a implementação de guidelines tem como objetivo a pesquisa, compartilhamento do conhecimento atualizado, controle de qualidade, aumento da produtividade, adoção de padrões internacionais e nacionais, redução da variabilidade prática individual e do uso desnecessário de recursos.
Sendo assim, existem diversas aplicações para elas, sendo uma das mais imediatas a educacional. Graças a ela, o profissional da saúde tem a oportunidade de conhecer a informação mais atual e relevante sobre um determinado assunto.
Além disso, elas podem ser utilizadas para a melhoria da prática clínica. O profissional deve adaptá-las à sua experiência e contexto. Ele não é obrigado a segui-las sempre, mas, quando não faz isso, deve apresentar uma justificativa consolidada e válida para tal.
As diretrizes muitas vezes são usadas como regulamentação de condutas em determinadas instituições, devido ao fato de serem seguidas rigidamente. Por isso, as investigações de infrações profissionais e controle de custos normalmente fazem uso de guidelines como referência.
A validade de uma diretriz clínica, vem do grau de competência clínica ou até mesmo científica dos responsáveis pela sua elaboração dependerá diretamente de um método de seleção e avaliação crítica de uma evidência que seja não enviesada e passível de reprodução. É preciso, ademais, que seja baseado nas recomendações finais na evidência científica relevante, justificando o porquê de cada decisão.
O desenvolvimento de diretrizes baseadas na evidência científica demanda de um método mais complexo, denominado consenso sistemático, para atingir certas conclusões. Dessa forma, o processo a que se chegou para as recomendações finais torna-se mais transparente e reprodutível e, como consequência, mais fácil de ser analisado criticamente.
Guidelines são necessárias mesmo?
A complexidade constantemente crescente da medicina, psicologia, biomedicina e das diversas outras áreas da saúde deixa cada vez mais clara a necessidade da utilização de diretrizes.
Existem diversas correntes de pensamento e diversos meios por onde informações são constantemente bombardeadas. Assim, torna-se necessário uma maneira de padronizar os direcionamentos nacional e internacionalmente considerados como mais eficazes para o tratamento das mais diversas demandas.
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