Transtorno de Ansiedade Generalizada: O que é, Diagnóstico e Tratamento
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16/12/2020O que é Transtorno de Personalidade Antissocial?
O transtorno de personalidade antissocial é um transtorno caracterizado pelo padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos outros. Pode surgir na infância ou no início da adolescência e continuar durante a vida adulta.
Algumas características são que a pessoa possui dificuldade para se ajustar às normas sociais e apresenta uma tendência a falsidade, utilizando nomes falsos para trapaça ou ganho pessoal. O paciente também apresenta impulsividade e dificuldade em planejar o futuro.
Além disso tudo, a pessoa pode apresentar grande agressividade e irritabilidade, e um descanso pela sua segurança ou de outros. A falta de remoso também é observada, em que o paciente apresenta indiferença em situações de ter ferido ou maltratado outras pessoas.
Sintomas e Diagnóstico
Para que seja feito o diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial, serão utilizados alguns critérios. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), é necessário que o paciente atenda aos critérios abaixo para ser diagnosticado com o transtorno. São eles:
- Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas. Esse comportamento deve aparecer desde os 15 anos de idade, sendo indicado por três ou mais dos seguintes comportamentos.
- Impossibilidade de se ajustar às normas sociais relativas a comportamentos legais, repetindo atos que são motivos de detenção;
- A tendência a falsidade, indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou trapaça para ganho ou prazer pessoal;
- Impulsividade ou fracasso para fazer planos para o futuro;
- Falta de preocupação e descaso com a sua própria segurança ou de outros;
- Irresponsabilidade, sendo indicado por falhar repetidamente para manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar com seus compromissos financeiros;
- Falta de remorso ou sentimento de culpa, em situações que o paciente maltratou, feriu ou roubou outras pessoas.
- O indivíduo deve ter no mínimo 18 anos de idade
- Haver evidências de transtorno de conduta com idade anterior aos 15 anos de idade
- A ocorrência do episódio antissocial não ser observado exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar.
Exemplos de comportamentos:
Para que possamos enxergar com mais clareza o quadro, vamos citar alguns casos e situações comuns no transtorno de personalidade antissocial:
- Como citado anteriormente, é necessário que hajam evidências de transtorno de conduta anterior aos 15 anos de idade. Os transtornos de conduta que são observados mais frequentemente são: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, fraude ou roubo, ou grave violação a regras.
- As pessoas não têm êxito em se ajustar às normas sociais e praticam atos passíveis de detenção, como: assediar outras pessoas, roubar ou ter ocupações ilegais.
- Essas pessoas desrespeitam e ignoram os direitos de terceiros, e com frequência enganam para obter prazer pessoal. Alguns exemplos disso seriam, cometer tais atos a fim de: conseguir dinheiro, sexo ou poder.
- A pessoa toma atitudes no calor do momento, sem pensar e refletir a respeito, o que pode ocasionar mudanças repentinas no emprego, moradia ou relacionamentos.
- A tendência irritável faz com que essas pessoas se envolvam em agressões físicas, que podem ser cometidas até mesmo com o cônjuge e filhos.
- A falta de preocupação com a segurança pode ser vista em situações como andar acima do limite de velocidade, dirigir sob uso de drogas, e até mesmo no comportamento sexual displicente.
- A irresponsabilidade financeira também é um dos exemplos. A incapacidade de bancar financeiramente os filhos e a inadimplência, são comportamentos comuns.
- A falta de remorso perante os atos cometidos pode ser justificada pelo indivíduo que sofre com o transtorno com pensamentos “a vida é injusta mesmo”, “ele já esperava por isso” ou “perdedores merecem perder”.
Quem o Transtorno de Personalidade Antissocial atinge?
De acordo com o DSM-V, a maior parte dos pacientes com transtorno de personalidade antissocial são homens. Sabe-se que nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 70% dos casos graves prevalece em indivíduos que estejam em clínicas especializadas em abuso de substâncias, prisões ou outros ambientes forenses.
A prevalência também é maior em pessoas afetadas por fatores socioeconômicos ou socioculturais (como pobreza e migração).
Fatores de Risco
Genéticos
O fator genético possui uma grande influência nos casos de transtorno de personalidade antissocial. É conhecido que o distúrbio é mais comum entre familiares de primeiro grau que possuem o transtorno em comparação com a população em geral. Nesse caso, o risco para quem possui um familiar biológico do sexo feminino com o transtorno, é maior do que para pessoas com um familiar biológico do sexo masculino. Por exemplo, para uma criança que possua a mãe com o transtorno, ela terá mais propensão a desenvolver o transtorno do que se seu pai o tivesse.
Estudos sobre adoção também mostram que fatores ambientais podem influenciar no desenvolvimento da doença. Tanto filhos adotivos quanto os filhos biológicos de pais com o transtorno têm risco aumentado de desenvolver o transtorno de personalidade antissocial, transtorno de sintomas somáticos e transtornos por uso de substâncias.
Para crianças que viveram um período com seus pais biológicos e depois foram adotadas, irão se assemelhar mais dos pais biológicos do que dos adotivos, embora o ambiente da família adotiva também influencie o risco de desenvolvimento de transtornos da personalidade e psicopatologias relacionadas.
Consequências do Transtorno de Personalidade Antissocial
As consequências para os pacientes que sofrem com o transtorno de personalidade antissocial são muito prejudiciais, caso o paciente não seja tratado. Os principais pilares que irão afetar o indivíduo são questões sociais e de seus relacionamentos. A convivência com sua família pode passar a ser muito difícil, por conta da impulsividade e agressividade apresentada. A questão da irresponsabilidade e da falta de preocupação com os outros farão com que os relacionamentos fiquem ainda mais difíceis de lidar.
Além das questões sociais, no âmbito profissional também pode haver consequências. O tratamento com os colegas de trabalho e seus superiores, e até mesmo o descaso com as entregas que devem ser realizadas, farão com que o paciente possa perder seu vínculo. A partir disso podem desencadear diversos problemas econômicos, que irão afetar não somente o indivíduo, mas todos que vivem ao seu redor.
Esses são pequenos exemplos de cenários muito comuns para quem sofre com o transtorno de personalidade antissocial. Por conta disso, é de suma importância que ele busque e receba o tratamento adequado. A família nesses casos também terá um papel fundamental no acompanhamento e seguimento do tratamento.
Tratamento para o Transtorno de Personalidade Antissocial
Geralmente os pacientes que possuem o transtorno não percebem esse seu comportamento como uma doença. Por conta disso, é difícil que eles mesmo busquem ajuda médica. Nesse cenário que entra a família, que pode intervir e ajudá-lo nessa questão.
Como formas de tratamento geralmente são combinadas duas formas: a psicoterapia e os medicamentos.
Psicoterapia
A psicoterapia é realizada por um psicólogo e tem por objetivo fazer o paciente refletir e entender o seu caso. Uma das abordagens da psicologia utilizadas para o tratamento do transtorno de personalidade antissocial é a Terapia Cognitiva-Comportamental.
Com sessões regulares, o terapeuta entende o caso do paciente e vai buscando as razões para que ela tenha aqueles comportamentos. O foco da TCC é tratar realmente o que causa os pensamentos, mudando a forma como o paciente pensa. A partir do sucesso dessa abordagem, o paciente terá diminuição nos sintomas e melhora no caso.
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Medicamentos
Quanto aos medicamentos, não existe uma classe específica para o transtorno. Os remédios que são utilizados são antidepressivos e ansiolíticos, que possuem por objetivo diminuir os sintomas. Para tratamento médico é imprescindível que seja consultado um psiquiatra especialista para receitar. O acompanhamento médico regular deve ser feito, para que seja adequada as doses e frequência conforme o tratamento vá avançando.