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03/07/2021O autismo, conhecido tecnicamente pelo termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), pode ser entendido pelo quadro caracterizado pelo comprometimento de habilidades sociais, comportamentos repetitivos, dificuldades na fala/comunicação e desequilíbrio da força física.
De acordo com o CDC Centers for Disease Control and Prevention, a prevalência do Transtorno do Espectro Autista é 1 em 68 crianças nos Estados Unidos, sendo 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas. Além disso, o instituto evidenciou que atualmente há 1 caso de autismo para cada 110 pessoas. Nesse contexto, estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 2 milhões de autistas, considerando 407 mil pessoas somente no estado de São Paulo.
Os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) normalmente são manifestados por volta dos três anos de idade e o diagnóstico no tempo correto é fundamental para que o tratamento consiga ser potencializado e, consequentemente, o comprometimento da criança seja minimizado.
Continue a leitura para entender um pouco mais sobre o Transtorno do Espectro Autista.
O que é o Transtorno Espectro Autista?
O Manual MSD (Merck Sharp & Dohme) define o Transtorno do Espectro Autista como o conjunto de distúrbios do neurodesenvolvimento, com a presença da dificuldade de interação social e comunicação. Além disso, aponta que o conceito está intimamente ligado à manifestação de movimentos repetitivos e estereotipados, bem como o desenvolvimento intelectual regular, podendo atingir o nível de retardo mental, em alguns casos.
O termo “espectro” é utilizado no nome do transtorno para elucidar os vários níveis de comprometimento que podem existir no quadro de um paciente.
Os sintomas começam a ser manifestados durante a infância, por volta dos três anos de idade e a causa ainda é desconhecida, o que causa um forte debate no campo médico. Existem algumas evidências que demonstram que pode ser algo relacionado a um componente genético, mas ainda não há um consenso universal sobre essa origem.
Como realizar o diagnóstico do TEA?
Ao se tratar da fala, por exemplo, muitos pacientes não falam, ainda que compreendam perfeitamente o que é dito a eles. Eles demonstram, nesses casos, incapacidade em verbalizar palavras e explicitar verbalmente seus sentimentos.
O paciente também pode apresentar dificuldade para interpretar sinais não verbais que são emitidos por outras pessoas, e, como consequência, o ato de conversar com uma pessoa e compreender gestos que compõem a linguagem corporal são atividades praticamente inviáveis para quem algumas pessoas que são diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista.
Por outro lado, a memória não sofre prejuízo, normalmente, em pacientes com TEA. Os pacientes costumam ter memórias excepcionais, conseguindo se lembrar com detalhes de acontecimentos que se passaram há semanas.
O hiperfoco em uma determinada atividade também é um sinal bem comum do Transtorno do Espectro Autista, de forma que o paciente demonstre a habilidade de concentrar-se fortemente em um tópico específico. Devido a isso, costumam ser bem especialistas naquilo que gostam, se aprofundando o máximo em um assunto que se identifiquem ou despertem interesse.
Além disso, a manifestação dos sinais abaixo também podem ser sinais do Transtorno do Espectro Autista:
- Dificuldade em manter o contato visual enquanto é alimentado;
- Ausência ou demora para resposta clara ao ser chamado pelo nome (em casos em que a perda auditiva já foi um diagnóstico descartado);
- Comprometimento no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal (pode ser demonstrado por meio do ato de não apontar, não responder a sorrisos, demorar para balbuciar e falar e/ou regressão de linguagem);
- Desconforto com abraços, afagos e ser pego no colo;
- Aversão ou fixação a algumas texturas;
- Incômodos com determinados sons e barulhos;
- Comportamentos repetitivos e estereotipados (normalmente são demonstrados pelo enfileirar brinquedos, rodopiar em torno de si mesmo, balançar os braços/pernas, piscar excessivamente, etc)
Como funciona o tratamento do Transtorno Espectro Autista?
O primeiro passo para o tratamento é o diagnóstico. Entender o quanto antes o nível de comprometimento do paciente tende a estimular as potencialidades e auxiliar no desenvolvimento de formas adaptativas de comunicação e interação. Uma boa anamnese é essencial nesta etapa.
Uma vez diagnosticado, o paciente pode ser submetido a diversos tipos de tratamento, pois eles serão desenhados especificamente para cada caso. Os sintomas de um paciente, no entanto, podem se assemelhar bastante com o de outro.
Como cada paciente está em um contexto diferente e acaba manifestando os sintomas de forma singular, o tratamento também não consegue obedecer uma receita de bolo. Ainda que existam etapas normalmente cumpridas, o tempo e maneira em que o paciente passa por elas é único.
Outro ponto importante do Transtorno do Espectro Autista é o fato de que o tratamento geralmente conta com uma equipe multidisciplinar, que atua em conjunto. Dessa forma, há uma promoção da saúde mental do paciente.
Por esse motivo, podemos contar com pedagogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas-ocupacionais, psicólogos, médicos, psiquiatras e profissionais de diversas outras áreas. Dentro de sua especialidade, o profissional procurará entender como minimizar o nível de comprometimento do paciente, de forma a trazer autoconfiança e inseri-lo no convívio social sem sofrimento.
Além disso, a família e amigos também exercem um papel essencial no tratamento, uma vez que o paciente precisará de muito apoio e orientação em todo o processo. Cada família terá que se adaptar e comprometer com o tratamento, demandando o investimento de energia e concentração para que o apoio seja realmente firmado.
Normalmente os profissionais da saúde tendem a deixar os familiares e amigos o mais próximo possível do tratamento. Assim, eles compartilham detalhes e planos de ação que são criados ao longo do tratamento. Algumas consultas de informações também são necessárias das famílias, que são fundamentais para o entendimento profundo do contexto.
O profissional da Psicologia, por exemplo, consegue, através da terapia, ajudar o paciente a se entender e se aceitar. Para isso, a Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem extremamente indicada. A TCC ajudará o paciente a entender seus comportamentos, refletir acerca deles e, pouco a pouco, ser capaz de se desvincular dos disfuncionais. Assim ocorre a criação de comportamentos saudáveis.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um diagnóstico bastante utilizado ao redor do mundo e precisa ser tratado com seriedade e importância. O diagnóstico precoce, aliado ao tratamento multidisciplinar são uma dupla eficaz para o desenvolvimento saudável do paciente.
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