Sintomas de Transtorno de Ansiedade: Saiba Como Diagnosticar
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13/05/2021Ao contrário do que muitas pessoas pensam, existem diversos tipos e tratamentos para Transtorno de Ansiedade. De uma forma geral, esses distúrbios podem ser descritos como estados intensos de medo, preocupação e até mesmo pavor. Esses estados são sentidos pelo sujeito de forma desproporcional com a situação, o que causa impactos nas habilidades funcionais e sociais daquele indivíduo.
Devido à variedade de manifestações desses transtornos, vê-se necessário a adaptação do tratamento para o Transtorno da Ansiedade, de forma a entender a particularidade de cada caso e cada subcategoria.
Dessa forma, continue a leitura para descobrir alguns dos métodos mais eficazes para o tratamento desses transtornos.
Possibilidades de tratamento da ansiedade
Todo transtorno precisa ser entendido da forma mais detalhada possível, a fim de proporcionar maior bagagem de informações para a construção de um tratamento eficaz para aquele sujeito.
Assim, é possível perceber que o tratamento é singular, mesmo que várias pessoas sejam diagnosticadas com o mesmo subtipo de Transtorno da Ansiedade. Além disso, o tratamento inicia já na definição do diagnóstico, pois ele é responsável por guiar a equipe multidisciplinar quanto às medidas a serem tomadas.
De forma geral, o tratamento envolve a psicoterapia e intervenção medicamentosa. O que irá mudar de pessoa para pessoa são as intervenções realizadas em terapia, bem como os tipos de medicamentos e as dosagens necessárias.
Fármacos envolvidos no tratamento
Os benzodiazepínicos (BZD), por exemplo, são medicamentos bastante comuns no tratamento de boa parte dos casos de Transtorno da Ansiedade. Vários estudos apontam a eficácia deles para quadros de Transtorno de Ansiedade Generalizada, demonstrando que cerca de 35% dos pacientes tratados retornam a níveis normais de ansiedade e outros 40% apresentam melhora moderada.
É importante entender que, normalmente, o efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos é manifestado nas primeiras seis semanas. Esse período é o suficiente para até 50% dos pacientes, ainda de acordo com o mesmo estudo.
Contudo, os outros 50% sofrem recaídas diante da suspensão do medicamento após seis semanas, demandando, assim, de um tratamento em longo prazo. O desmame do BZD não pode ser repentina. É fundamental que seja de forma gradual, como aproximadamente 1/4 da dose em uso no momento a cada 1 ou 2 semanas.
Já os Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs), uma classe dos antidepressivos, também têm apresentado resultado eficaz em vários casos de pacientes com Transtornos de Ansiedade. A sertralina e a paroxetina, por exemplo, têm eficácia demonstrada no tratamento do transtorno de ansiedade e pânico.
As doses de níveis de 50, 100 e 200 mg/dia de sertralina foram comparavelmente eficazes, enquanto a paroxetina tem apresentado resultados positivos com doses de 10, 20 e 40 mg/dia.
Outro antidepressivo bastante comum são os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSNA). As doses comumente receitadas giram em torno de 150 mg, enquanto uma dose menor (75 mg/ dia). O efeito ansiolítico já é manifestado a partir da primeira ou segunda semana.
Intervenção psicoterápica: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das diversas abordagens da Psicologia, sendo considerada extremamente eficaz nos casos de Transtornos de Ansiedade. Ela procura entender o modo como o indivíduo organiza as suas experiências, pois isso determinará como ele se sente e se comporta.
A TCC alimenta a ideia de que os sentimentos não são determinados por situações, mas sim pela interpretação que elas têm dessas situações. Partindo dessa lógica, os transtornos psicológicos podem ser entendidos como modos distorcidos ou disfuncionais de perceber os acontecimentos, que acabam afetando os comportamentos e sentimentos.
O primeiro passo do tratamento pela Terapia Cognitivo-Comportamental é promover maior consciência, por parte do paciente, dos seus pensamentos automáticos para, assim, chegar às crenças centrais e intermediárias.
Essas crenças refletem em todos os aspectos da vida do sujeito, então é fundamental que, pouco a pouco, ele consiga perceber as relações que elas têm com os sintomas de transtorno de ansiedade apresentados.
Após essa identificação, o terapeuta provocará a reestruturação cognitiva, que deve possibilitar a solução de problemas. Dessa forma, o terapeuta irá conduzir o paciente a se questionar sobre os pensamentos, procurar evidências a favor e contra as avaliações e interpretações dos eventos e da realidade. Logo, torna-se possível a resolução de problemas e, consequentemente, a autonomia do paciente.
Tratamento para crianças e adolescentes
O tratamento dos diversos tipos de Transtorno de Ansiedade citados acima também podem ser aplicáveis para crianças e adolescentes, desde que adaptado à realidade de cada paciente.
Como as crianças ainda não têm, naturalmente, consciência das emoções, o tratamento psicoterápico demandará de intervenções mais lúdicas. É preciso auxiliar o sujeito a, antes de tudo, nomear suas emoções e sentimentos.
Os adolescentes precisam de atenção especial quanto à medicação, visto que a puberdade também influencia nos comportamentos, sensações e emoções. Nesse caso, a terapia deve se preocupar, também, em promover conexão entre terapeuta e paciente, que tende a ter comportamentos de fuga diante situações que promovam ansiedade.
É igualmente fundamental que os familiares próximos e amigos se posicionem como um grupo de apoio àquele paciente. Dessa forma, eles trabalham junto com o terapeuta para a construção de comportamentos que sejam passíveis de reforço positivo, bem como identificação de possíveis fugas e esquivas cometidas pelo paciente.
Outros profissionais que podem auxiliar no tratamento para o transtorno
Assim como em adultos e idosos, outros profissionais de saúde podem ser necessários ao longo do tratamento, como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e pedagogos, por exemplo.
A ansiedade é uma condição extremamente séria e é preciso ter cuidado para não romantizar os sintomas. Existe tratamento para Transtorno de Ansiedade, mas não é uma mistura de bolo tão simples assim.
O acompanhamento de uma equipe profissional é fundamental para que o sujeito consiga, pouco a pouco, nomear o que sente e entender como isso afeta de forma disfuncional os seus comportamentos hoje.
Os pacientes com Transtorno de Ansiedade, independentemente de qual tipo, conseguem ter uma vida saudável e funcional, desde que haja comprometimento e suporte dos familiares e amigos próximos. Pode ser cansativo e até mesmo desgastante, mas a combinação de medicamentos e terapia é o mais indicado para o tratamento desses transtornos.
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