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30/09/2020A bipolaridade é uma doença que traz alterações no comportamento e leva a pessoa a alternar entre quadros de euforia e depressão. Essa oscilação acontece entre os quadros de mania, hipomania e depressão.
As crises podem variar de acordo com a intesidade (leve, moderada ou grave), frequência dos episódios e sua duração.
Tipos de Bipolaridade
Transtorno Bipolar Tipo I
Doença é diagnosticada com presença de episódios maníacos e depressivos. Esses episódios maníacos são quadros que duram no mínimo sete dias, e os quadros depressivos podem durar dias, meses ou em até alguns casos anos.
É o tipo mais grave da bipolaridade, podendo necessitar de internação quando existem riscos de suicídio.
Transtorno Bipolar Tipo II
Presença de episódios hipomaníacos, sem nunca ter tido um episódio maníaco, com alternância de sintomas depressivos. A hipomania se caracteriza por casos mais leves de otimismo, excitação, euforia e às vezes até mesmo agressividade.
Na bipolaridade de tipo II, os sintomas são mais brandos e não há um prejuízo tão grande para o paciente em suas esferas pessoais e profissionais.
Ciclotimia
Quadro mais leve da bipolaridade, com oscilações no humor que podem ocorrer até no mesmo dia. Alterna-se entre episódios de depressão leve e hipomania, e geralmente é visto como temperamento pessoal instável.
Sintomas e Diagnóstico
Para fazer o diagnóstico da Bipolaridade deve-se ficar atento aos sintomas que serão descritos abaixo, e observar também se esses sintomas não são causados por conta de outras doenças.
Episódio Maníaco
A. Período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetos ou da energia. Tem duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual:
1. Autoestima inflada ou grandiosidade;
2. Redução da necessidade de sono;
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando;
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados;
5. Distratibilidade (a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado;
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (atividade sem propósito não dirigida a objetivos);
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas, por exemplo, envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos.
C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas.
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (uso de drogas, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica.
Para fazer o diagnóstico da bipolaridade tipo I, é necessário que se tenha ao menos um episódio maníaco na vida, descrito pelos sintomas acima.
Exemplos de comportamentos maníacos
Quando a pessoa está passando por um episódio maníaco, é comum que ela não perceba que está doente, o que faz com que resista fortemente ao tratamento.
Alguns exemplos disso podem ser:
- A mudança na forma como se vestem, passando a se vestir com roupas mais chamativas e com maior apelo sexual.
- Percepção de sentidos aguçados, como olfato, visão e audição.
- Podem começar a jogar jogos de azar.
- Comportamento antissocial, às vezes hostil e ameaçador a outras pessoas.
Episódio Hipomaníaco
Os episódios hipomaníacos possuem os sintomas muito parecidos com o maníaco. Os pontos A e B são comuns e sua característica é que ele aparece de forma mais branda e menos frequente. Nesse caso, não há um prejuízo acentuado na vida social ou profissional do paciente.
O episódio hipomaníaco é frequentemente observado na bipolaridade tipo I, mas não é essencial para o diagnóstico.
Episódio Depressivo Maior
A. Cinco ou mais dos sintomas a seguir devem estar presentes durante o período de duas semanas. Nesse caso, pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer.
- Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
- Diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades do dia dia;
- Perda ou ganho de peso significativo sem estar em dieta (mudança de mais de 5% do peso em um mês). Pode haver também redução ou aumento do apetite quase todos os dias;
- Insônia ou hipersonia;
- Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (que deve ser observado por outras pessoas, não somente um julgamento subjetivo do paciente);
- Fadiga ou perda de energia;
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada;
- Capacidade diminuída para se concentrar e indecisão;
- Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida sem plano, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
B. Os sintomas causam prejuízos significativos na vida pessoal do paciente. No meio pessoal e profissional, por exemplo.
C. Episódio não atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica.
Esses critérios são de um transtorno depressivo maior. É um cenário muito comum do transtorno bipolar tipo I, mesmo que não sejam fundamentais para o seu diagnóstico.
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O que causa bipolaridade?
Fatores Ambientais
O transtorno bipolar é mais frequente em países com pessoas com renda mais alta do que em países de mais baixa renda.
Ao mesmo tempo, pessoas separadas, divorciadas ou viúvas também possuem maior chance de desenvolver o transtorno.
Genéticos e fisiológicos
O histórico familiar de pessoas com transtorno bipolar é um dos fatores que mais influencia para o desenvolvimento da bipolaridade. Estima-se que o risco da doença acometer pessoas com algum histórico de bipolaridade na família é 10 vezes maior.
Consequências para quem possui bipolaridade
As consequências para quem sofre de bipolaridade podem atingir tanto o campo pessoal quanto o profissional.
Mesmo sabendo que muitos pacientes retomam o nível totalmente funcional entre os episódios, cerca de 30% mostram prejuízos significativos no campo profissional. Isso faz com que pessoas que sofram com a doença, mesmo que possuam o mesmo nível escolar de outras, acabem com condições socioeconômicas inferiores.
Além disso, os pacientes que sofrem com bipolariade apresentam desempenho inferior em testes cognitivos.
Já no campo pessoal, pacientes bipolaridades podem ser vistos como pessoas de difícil tratamento, acabando por afastar as interações pessoais.
Prevenção
Por ser uma doença que possui sua maior parte causada por fatores genéticos, pode-se dizer que não há uma forma de prevenção.
Quanto à esfera ambiental, que também pode influenciar no desenvolvimento da doença, é possível ficar atento para evitar situações que facilitem seu aparecimento.
Um exemplo disso são ocasiões de estresse e forte carga emocional, a bagagem e os traumas que o indivíduo carrega por sua vida.
Ter um suporte médico para cuidar da saúde mental é fundamental.
Tratamento
Mesmo sendo uma doença que não possui uma cura, é possível manter seus sintomas controlados e aumentar a qualidade de vida do paciente. O tratamento para um paciente bipolar consiste em uma junção de psicoterapias e medicamentos.
Psicoterapia
A psicoterapia pode ser realizada tanto por psicólogos quanto por psiquiatras e nela são abordadas questões para educar o paciente e sua família. O apoio médico é feito para evitar a recorrência das crises e também promover a adesão ao tratameno medicamentoso.
Uma das abordagens psicoterápicas utilizadas para o tratamento da bipolaridade é a Terapia Cognitiva Comportamental, que tem um foco para que o paciente aprenda como ele deve encarar cada uma das situações.
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Medicamentos
Os medicamentos são utilizados para evitar as crises e recaídas para o paciente, para isso são utilizados antidepressivos. Os tipos mais comuns são neurolépticos e antipsicóticos, que atuam diretamente no sistema nervoso.
É muito importante que seja seguida de forma fiel o tratamento medicamentoso recomendado pelos médicos, visto que eles são muito fortes e muitas vezes trazendo efeitos colaterais.
Referências
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5 – 5ª Edição