Transtorno Depressivo Persistente: Diagnóstico e Tratamento
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17/02/2021O que é o Transtorno de Personalidade Histriônica?
O Transtorno de Personalidade Histriônica se caracteriza pelo padrão invasivo e excessivo das emoções presente em diversos contextos, com variação rápida de humor, bastante dramática, teatral e influenciável. Nesse caso, o sujeito tem o objetivo maior de chamar a atenção.
O paciente não se sente confortável para aceitar críticas, sentindo-se frustrado quando algum desejo seu não é cumprido. Além disso, o medo de abandono potencializa a carência, tornando-o dependente da aceitação dos outros. Como tentativa de mascarar tais características, o sujeito pode se pautar em alguns mecanismos de defesa, como somatização, isolamento, repressão e fantasia.
Contudo, existe tratamento. Quer saber qual é e como identificar os sintomas? É só continuar a leitura!
Os sintomas mais evidentes
Nesse quadro, é comum que as habilidades sociais não sejam comprometidas. Pelo contrário, os sujeitos buscam aproveitar as boas relações para manipular os outros a fim de serem sempre o centro das atenções.
Pacientes com Transtorno de Personalidade Histriônica são facilmente influenciados por outros e pelas tendências momentâneas. Eles se sentem muito frustrados quando os seus desejos não são imediatamente satisfeitos, então direcionam suas ações para algo que consiga proporcionar essa satisfação imediata.
Além disso, de acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Edição 5), os sujeitos com Transtorno de Personalidade Histriônica normalmente apresentam grande parte das seguintes características:
- Frustração em não ser o centro das atenções, causando desconforto;
- Uso de abordagem provocativa e/ou sedutora com os outros;
- Mudanças repentinas ao expressar emoções;
- Discurso intensamente impressionista, porém sem definição de muitos detalhes;
- Expressões dramáticas e teatrais, considerada por algumas pessoas como exageradas;
- É influenciável pelo meio e pelas pessoas;
- Dificuldade para entender e definir a intimidade dos relacionamentos.
Como realizar o diagnóstico do Transtorno de Personalidade Histriônica?
A apresentação dos sintomas descritos acima pode ser um indicador de um paciente. É importante entender que o diagnóstico é construído com tempo e graças a uma série de técnicas utilizadas pelos profissionais de saúde envolvidos no tratamento.
Assim como qualquer transtorno, ele serve para orientar o tratamento, a fim de elucidar quais seriam as melhores alternativas para a diminuição do sofrimento mental. É preciso ter muito cuidado ao transmitir este diagnóstico ao paciente, pois ele pode “grudar” nele, usando-o como uma espécie de justificativa das suas ações.
Quais características podem confundir o diagnóstico?
É preciso extrema cautela na construção do diagnóstico, visto que ele pode ser confundido com outros transtornos. Em busca de mais especificação, o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição) aponta que o Transtorno de Personalidade Histriônica se diferencia de outros transtornos de personalidade da seguinte forma:
- Transtorno de personalidade narcisista: os pacientes desse quadro também buscam atenção, mas, ao contrário daqueles com Transtorno de Personalidade Histriônica, querem sentir-se admirados ou enaltecidos. Os pacientes histriônicos não são tão exigentes quanto ao tipo de atenção que recebem.
- Transtorno de personalidade limítrofe: os sujeitos se consideram maus e sentem emoções de modo intenso e profundo. Já os pacientes com Transtorno de Personalidade Histriônica não se veem como maus, embora sua dependência da reação dos outros possa ser decorrente de baixa autoestima.
- Transtorno de personalidade dependente: os pacientes também tentam estar perto dos outros, embora não sejam mais ansiosos, inibidos e submissos (porque estão preocupados com a rejeição). Já os pacientes histriônicos são menos inibidos e mais extravagantes.
Consequências que o Transtorno da Personalidade Histriônica pode desencadear
Os relacionamentos são um âmbito extremamente afetado pelo Transtorno da Personalidade Histriônica, pois os pacientes têm grande dificuldade em desenvolver intimidade com os outros, uma vez que tendem a desempenhar papéis de vítima, por exemplo, nos relacionamentos.
Além disso, os pacientes costumam tentar controlar o (a) parceiro (a) por meio de sedução ou manipulação emocional, pois o foco é sempre ser o centro das atenções. Como consequência, o sujeito se torna dependente desse (a) parceiro (a).
Os outros relacionamentos interpessoais também podem ser afetados, causando afastamento dos amigos por causa da exigência constante de atenção, bem como a incessante busca pela satisfação imediata, acompanhada de frustração em situações que envolvem o atraso dessa gratificação.
A depressão e o esgotamento são possíveis consequências no quadro do histriônico, que coleciona frustrações ao longo da vida. Além disso, a ansiedade se faz presente quando não se consegue a atenção que tanto deseja.
Por viver nessa montanha russa emocional, o paciente pode desenvolver bipolaridade. Por fim, a obsessão pela aparência perfeita pode levar o sujeito a desenvolver anorexia e bulimia. Sendo assim, as consequências podem ser as mais diversas.
Como o tratamento é feito?
É comum que os sujeitos com transtorno de personalidade histriônica não acreditem que precisam de terapia. Eles ficam desconfortáveis com rotinas e tendem a demonstrar seus sentimentos de forma exagerada, o que pode dificultar o entendimento de que a terapia é uma ajuda necessária. Logo, o tratamento inicia quando o paciente percebe que precisa de ajuda.
O tratamento é feito, principalmente, por meio de psicoterapia, embora o transtorno possa ser diagnosticado por um psiquiatra. Porém, nem sempre é necessário o uso de medicamentos para tratá-lo. Assim como em outros transtornos, as diversas abordagens da Psicologia podem promover o tratamento.
A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode auxiliar o paciente a compreender as origens cognitivas desses comportamentos, trabalhando com suas crenças acerca de si e dos outros, de modo a enfrentar pensamentos e comportamentos disfuncionais. Assim, consegue desenvolver um repertório comportamental mais adequado para as suas relações sociais.
Outra opção é a psicoterapia psicodinâmica, que focaliza os conflitos subjacentes. Nesse caso, o terapeuta pode começar incentivando o paciente a substituir o discurso pelo comportamento, bem como ajudá-lo a perceber como seus comportamentos histriônicos são uma forma disfuncional de cuidar da sua autoestima e de captar a atenção dos outros.
O objetivo do tratamento é ajudar o sujeito a descobrir as motivações e medos associados com os seus pensamentos e comportamento, além de ajudá-lo a aprender a se relacionar com os outros de uma forma mais positiva. A medicação entra como apoio para alguns casos, normalmente envolvendo depressão e crises de ansiedade, por exemplo.
O impacto na saúde mental dos pacientes é evidente e cabe aos profissionais da saúde ajudarem os sujeitos a ressignificarem seus comportamentos e crenças limitantes, a fim de promover a qualidade de vida.
O drama que envolve o Transtorno da Personalidade Histriônica não pode disfarçar a seriedade desse quadro. Embora a prevenção do transtorno de personalidade histriônica não seja possível, o tratamento é de extrema valia.
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