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15/05/2021Se você conhece a Terapia do Esquema, com certeza já ouviu falar no Dr. Jeffrey Young. Ele é um dos grandes nomes da psicoterapia mundial, trazendo uma abordagem promissora e moderna para o tratamento de transtornos psiquiátricos e psicológicos que não respondem às abordagens clássicas.
A abordagem proposta por Young traz contribuições à Terapia Cognitiva, estudando mais profundamente as experiências que levam à construção de crenças e, como o próprio nome da abordagem já diz, dos esquemas que são construídos através delas.
Ficou com vontade de conhecer um pouco mais sobre essa abordagem e o seu criador? Então continue a leitura!
Quem é Jeffrey Young?
Jeffrey Young é um psicólogo nascido nos Estados Unidos, em 1950. Ele é membro do corpo docente do departamento de Psiquiatria da Universidade de Columbia e diretor do Schema Therapy Institute e do Cognitive Therapy Center.
Young leciona há mais de 25 anos e completou a sua formação teórica e clínica na Universidade da Pensilvânia. Ele compartilhou o espaço com pesquisadores como Aaron Beck, Joseph Wolpe e Minucchin.
Seu grande best seller foi o livro Terapia do Esquema, que encantou os estudiosos da Psicologia, considerando-o de extrema importância para o avanço das abordagens em nível mundial. Então, Young é considerado uma referência, propondo um outro olhar para o que já era proposto por outras abordagens.
A proposta da Terapia do Esquema se tornou uma das alternativas mais eficazes para diversos tipos de transtornos mentais, especialmente os de personalidade. A Terapia do Esquema se diferencia pela ênfase dada à investigação das origens dos problemas psicológicos na infância e adolescência, período em que grande parte das crenças são estabelecidas.
Considerada um acréscimo à Terapia Cognitivo-Comportamental idealizada por Aaron Temkin Beck, ela também usa técnicas emotivas e foca nos estilos disfuncionais e de difícil adaptação envolvidos no enfrentamento.
Qual teoria foi desenvolvida por Jeffrey Young?
Young acredita que desenvolvemos estruturas estáveis de pensamento e comportamento desadaptativo que se cristalizam muito cedo na vida, podendo estar atreladas a futuras manifestações de psicopatologias. Dessa forma, o tratamento é potencializado quando mudamos esses comportamentos e esquemas passados.
Como já falamos anteriormente, ele é o grande responsável pela Terapia dos Esquemas. Os Esquemas Iniciais Desadaptativos são padrões emocionais e cognitivos que causam impactos (sejam positivos ou negativos) na interação social, moldando a personalidade do indivíduo. Nessa lógica, quando os esquemas são disfuncionais, levam a consolidação de comportamentos prejudiciais.
Young propôs um questionário para a identificação desses esquemas, através de uma linguagem clara, tornando-o mais palpável e fácil para o paciente. Através dessas questões, o questionário avalia 15 esquemas iniciais, enquadrados em 5 grupos:
- Desconexão e rejeição: análise de 5 esquemas que estariam ligados ao sentimento de frustração (privação emocional, abandono, desconfiança/abuso, isolamento social e defectividade/vergonha).
- Autonomia e desempenho prejudicados: avaliação de sentimentos de fracasso, dependência/incompetência, emaranhamento e vulnerabilidade).
- Limites prejudicados: são associados os esquemas de merecimento/grandiosidade e autocontrole/autodisciplina insuficientes.
- Orientação para o outro: foco excessivo nos desejos e sentimentos do outro, com o objetivo de receber amor e aprovação, deixando suas necessidades em segundo plano. A subjugação e o auto-sacrifício são os esquemas envolvidos nesse caso.
- Supervigilância e inibição: bloqueio da felicidade, supressão dos sentimentos e rigidez. São relacionados aos esquemas de inibição emocional e padrões inflexíveis.
A terapia focada em esquemas é integrativa, incentivando cada vez mais a conexão entre terapeuta e paciente. Essa terapia possui, além disso, uma base mais emocional e afetiva, trabalhando o senso de identidade, a capacidade de autocontrole, a comunicação e a autonomia do paciente.
Entenda melhor sobre a Terapia do Esquema
Os esquemas de Young se baseiam em dois pilares: identificar os esquemas comportamentais e o estilo de enfrentamento. O esquema é um padrão que determina comportamentos e pensamentos que podem ter papel disfuncional e, consequentemente, causar sofrimento.
Eles são causados por traumas, que provocaram um impacto tão grande na vida do sujeito, a ponto dele ter suas necessidades emocionais (segurança, proteção, autonomia, liberdade para se expressar, limites e autocontrole) não atendidas.
A partir do entendimento dos próprios esquemas, é possível criar um repertório comportamental mais adequado à realidade e às necessidades do indivíduo. Contudo, o indivíduo ainda pode ter problemas de enfrentamento, descritos por Young em 4 estilos:
- Evitação: fugir das responsabilidades.
- Abandono: sentimento de incapacidade e impotência.
- Contra-ataque: postura defensiva e reativa, com violência nas circunstâncias.
- Defeituosidade: sentimento de inadequação.
Portanto, é preciso ter cuidado para não confundi-los com os esquemas em si. Os estilos se formam para responder os esquemas, mas não fazem parte deles. Os esquemas são mais complexos, constituídos de padrões emocionais e cognitivos, levando a essas respostas desadaptativas.
A partir das intervenções construídas em terapia, o sujeito pode se tornar saudável, satisfazendo, de modo adaptativo, necessidades que estão divididas em cinco grandes grupos:
1. Vínculos seguros com outras pessoas;
2. Autonomia;
3. Limites realistas e autocontrole;
4. Liberdade de expressão;
5. Espontaneidade e lazer.
Além disso, Young apresenta o conceito de Processos Esquemáticos (PEs), que podem ser entendidos como as ações que perpetuam os esquemas e, de alguma forma, integram os modos de enfrentamento que cada pessoa desenvolve.
Qual é a relação entre a Terapia do Esquema e a TCC?
A relação principal está no conceito de esquema. Young aponta que Beck já propunha o conceito de esquema em suas publicações, considerando-o o nível mais profundo do pensamento. Além disso, ambas as abordagens apontam que os esquemas direcionam os outros níveis de cognição.
Relacionando os esquemas às crenças centrais, Young afirma que o esquema é uma estrutura mais abrangente, tornando então a crença central uma parte cognitiva do esquema.
Nesse sentido, quando os pacientes têm pensamentos automáticos negativos, por exemplo, Young aponta que foram gerados pelo esquema, assim como defendido por Beck na Terapia Cognitivo-Comportamental.
Dessa forma, a Terapia de Esquema proposta por Jeffrey Young foi realmente revolucionária, propondo uma evolução aos conceitos já trabalhados pela Terapia Cognitivo-Comportamental. Young foi extremamente importante para a história da Psicologia, pois consolidou uma abordagem capaz de tratar casos que, supostamente, eram complexos demais para as abordagens ortodoxas conseguirem resultados em um tempo relativamente curto.
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