Catastrofização – Akim Neto
07/04/2020Atendimento Online – Akim Neto
13/04/2020A terapia de aceitação e compromisso nos traz perspectivas muito interessantes sobre novas formas de lidar com as emoções e transtornos à elas relacionados. Porém, muitos terapeutas não compreender o conceito de aceitação. Confundem aceitar com negligenciar ou com supressão emocional e isso está longe do conceito que Hayes traz.
A aceitação é uma atitude psicológica e comportamental baseada nos valores da pessoa. A atitude está conectada com a disposição para abrir-se à sentimentos negativos e sustentar esta experiência com o intuito de enfrentar a situação. Aceitar, portanto não é algo passivo, é uma atitude ativa e voluntariosa, como coloca Hayes (2016, p 77) (em uma tradução minha do original em inglês)
Aceitação, da maneira pela qual usamos o termo, se refere tanto a aceitação psicológica quanto a vontade comportamental. Vontade é a escolha voluntária e baseada em valores de habilitar ou sustentar contato com experiência privadas ou eventos que vão ocasioná-las. Aceitação psicológica é a adoção de uma postura intencionalmente aberta, receptiva, flexível e não julgadora com respeito à experiência momento-a-momento).
Logo, para trabalharmos com aceitação, de fato, é necessário conhecer os valores do cliente, que o mesmo compreenda e assuma o compromisso em abrir-se às emoções e sustentar estes estados, além de lidar com os julgamentos que podem surgir durante a experiência e ajudá-lo a flexibilizar essas ideias e pensamentos. Não é um trabalho fácil ou negligente, ele, muitas vezes se torna mais difícil, pois envolve uma atitude do ser como um todo no ato e não apenas um paciente que segue instruções do terapeuta.
Hayes, C. Steven; Strosahl, D.; Wilson, Kelly G. (2016). Acceptance and commitment therapy – the process and practice of mindful change. (2a ed). New York, DC: The Guilford Press.