Guidelines: O que são e Como Utilizar
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06/11/2021A ativação comportamental é uma alternativa de tratamento que visa ajudar o paciente a resgatar o ânimo e a capacidade de realização de várias atividades ao longo do dia.
A depressão é um transtorno presente na vida de vários brasileiros, se caracterizando enquanto transtorno que, em casos mais extremos, pode impactar em praticamente todos os âmbitos da vida da pessoa.
Pacientes depressivos tendem a, gradualmente, diminuir a participação ativa em atividades, diminuindo a quantidade de coisas que realizam ao longo do dia. Esse fato cria um espaço permissivo para que, eventualmente, a pessoa tenha dificuldade até mesmo de levantar da cama.
Portanto, a ativação comportamental busca ajudar no enfrentamento dessas situações. Quer saber mais sobre como funciona a ativação comportamental? Continue a leitura.
O que é ativação comportamental
Como dito anteriormente, a depressão é responsável por reduzir drasticamente a participação ativa do indivíduo nas tarefas cotidianas.
Como forma de combater isso, a ativação comportamental pode ser entendida como uma estratégia básica de enfrentamento. Isso porque o paciente é conduzido a enfrentar as atividades que não queira ou consiga fazer no momento.
É uma técnica fomentada pela Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e ajuda as pessoas a se reconectarem positivamente com as experiências, a partir da inserção de situações agradáveis frente a uma resolução de problemas.
Como conduzir a ativação comportamental
O objetivo maior da ativação comportamental é fazer com que o indivíduo consiga ter reforços dos seus comportamentos, seja por meio de modificações nos comportamentos em si ou no ambiente em que a pessoa está imersa. A partir dessa reconquista de reforços, o paciente consegue ter avanços no tratamento de diversos quadros, principalmente da depressão.
Contudo, a ativação comportamental não se trata de apenas listar atividades e falar para o paciente executá-las. O primeiro passo a ser feito pelo terapeuta é conhecer mais sobre as atividades que dão prazer ao paciente, bem como as atividades que tendem a ser mais aversivas e provocar comportamentos de fuga e esquiva.
Com base no levantamento dessas atividades, o terapeuta terá a bagagem necessária para construção de um repertório comportamental que potencialize as possibilidades de receber reforços e gratificações, eliminando (ou pelo menos diminuindo) as esquivas.
O detalhe importante é que é um repertório completamente personalizado, pois depende intensamente da história de vida do indivíduo, do ambiente em que vive, das suas relações interpessoais e diversos outros fatores. Assim, é imprescindível que o terapeuta crie um repertório para cada indivíduo, fugindo de qualquer padrão de comportamentos.
Uma vez que o repertório comportamental foi desenhado, o terapeuta deve, junto com o paciente, estabelecer algumas atividades que serão realizadas ao longo da semana. Essa definição pode seguir o formato de uma agenda, na qual serão listadas as atividades que devem trazer os reforços previstos pelo terapeuta.
O paciente precisa ter abertura para ajudar nesse processo, sendo capaz de sinalizar e escolher atividades compatíveis com os seus próprios valores e desejos, o que traz mais gratificação após a realização da atividade.
Outro detalhe importante é que as atividades programadas devem ser bem específicas, para que o paciente consiga segui-las sem alterações. Ademais, é interessante que sejam atividades mensuráveis, ou seja, que permitam o controle do progresso do paciente, com o intuito de identificar o quão longe ele progrediu desde o início do processo.
As atividades a serem realizadas devem ser bem específicas. Além disso, também é interessante que sejam atividades nas quais é possível medir o progresso do paciente, assim ele pode ver o quão longe ele chegou desde o começo da terapia.
Como se trata de uma atividade que irá tirar o paciente da zona de conforto, é recomendável que o terapeuta proponha, a início, atividades mais fáceis e simples de serem realizadas, como forma de incentivar a prática e motivá-lo para o tratamento.
O terapeuta deve, também, considerar atividades variadas na elaboração da lista, uma vez que reforços podem perder sua efetividade se eles estão constantemente presentes na vida do paciente. Logo, algo que inicialmente foi prazeroso para o paciente pode passar a ter o efeito oposto ao longo do tratamento.
Sendo assim, à medida em que o terapeuta consegue identificar um progresso, as atividades desenhadas aumentam em complexidade, até que ela consiga levar uma vida funcional, retomando atividades como trabalhar, estudar, manter amizades e quaisquer outras que faziam parte da sua vida.
Princípios da ativação comportamental
Existem vários estudos desenvolvidos voltados para os preceitos que regem a ativação comportamental e, dentre eles, foram traçados 10 princípios básicos:
- Princípio 1: o segredo para mudar a maneira como as pessoas se sentem é ajudando-as a mudar o que elas fazem;
- Princípio 2: mudanças drásticas na vida podem levar à depressão e formas e estratégias de lidar de curto prazo podem manter a pessoa travada;
- Princípio 3: para descobrir o que seriam os possíveis reforçadores e como recuperá-los é necessário seguir os comportamentos importantes do cliente;
- Princípio 4: atividades estruturadas e programadas devem seguir o plano, não podendo ser mudadas frente a um humor daquele momento;
- Princípio 5: as mudanças tendem a ser menos difíceis se forem pequenas no início;
- Princípio 6: devem ser enfatizadas as atividades que são naturalmente reforçadoras;
- Princípio 7: o terapeuta deve agir como um coach, estabelecendo uma parceria com o paciente, guiando-o ao longo do caminho;
- Princípio 8: é enfatizada a abordagem empírica de resolução de problemas e todos os resultados são entendidos como um tipo de progresso;
- Princípio 9: o foco não deve ser apenas em falar, mas também fazer;
- Princípio 10: barreiras e problemas possíveis da ativação devem ser antevistas e solucionadas.
Assim, a terapia de ativação comportamental promove pesquisas desde a década de 1980 e hoje é reconhecida como uma das alternativas mais eficazes para o tratamento da depressão. Aparentemente simples, é uma técnica que exige uma participação mais ativa do paciente e o acompanhamento minucioso do terapeuta, que é responsável por identificar o nível de progresso, ainda que seja aparentemente mínimo.
Ainda que ela seja mais direcionada para os tratamentos de casos de depressão, a ativação comportamental pode também ser utilizada em outros casos, como os transtornos de ansiedade e síndrome do pânico.
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