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A reabilitação cognitiva consiste em um conjunto de práticas que tem como foco a redução dos déficits causados por transtornos neurológicos. Assim, o paciente consegue, gradativamente, construir autonomia e independência funcional.
Portanto, é importante que o profissional conheça essa possibilidade não farmacológica como opção para oferecer bem-estar a sujeitos com transtornos como Alzheimer ou Parkinson.
Continue a leitura para conhecer um pouco mais sobre a reabilitação cognitiva.
O que é reabilitação cognitiva
A reabilitação cognitiva é um tipo de intervenção não farmacológica que tem como objetivo:
- Diminuir as dificuldades cognitivas, que irá depender de cada paciente e de cada quadro.
- Melhorar ou amenizar as alterações de comportamento que pacientes com demência normalmente apresentam.
- Retardar a progressão da doença e o declínio funcional.
- Melhorar a autoestima e qualidade de vida do paciente.
Tendo isso como foco, para que a reabilitação realmente funcione, é preciso ativar as funções cognitivas preservadas, de forma a permitir que elas compensem as comprometidas, graças à plasticidade cognitiva. Ela é responsável por executar o papel de adaptação em meio às circunstâncias de um determinado local ou experiência.
O paciente, após passar pela anamnese, conversas com familiares e pela avaliação cognitiva, se submeterá a um tratamento singular. Este é desenhado pela equipe multidisciplinar que acompanhará o caso.
Alguns exemplos de ações feitas durante os atendimentos são:
Exercícios com papel e lápis, jogos que estimulem habilidades como atenção, memória e raciocínio, jogos computadorizados, pintura.
Além disso, é feito o uso de estratégias para facilitar as atividades de vida diária do paciente.
A lógica da reabilitação cognitiva é relativamente simples e vem do princípio de que se o cérebro tem dano ou perda de neurônios para determinada função cognitiva, outros neurônios que estão funcionando têm de assumir aquela função.
Uma pessoa que teve um AVC, por exemplo, após a reabilitação, consegue ficar de pé e andar. Isso acontece porque outros neurônios motores passaram a assumir a função daqueles neurônios que já não existem mais.
Assim como na reabilitação cognitiva, existe um aprendizado de outros neurônios formando uma nova rede neuronal para fazer a função que está debilitada ou, simplesmente aprende-se novas técnicas para conseguir lidar de forma mais confortável com aquela deficiência.
A reabilitação cognitiva pode ser compreendida como um componente da reabilitação neuropsicológica. Ela propõe um ambiente terapêutico, visa auxiliar na construção da autonomia do indivíduo e manejo com os familiares, ainda que não se resuma à mera aplicação de técnicas comportamentais. Além disso, possibilita uma compreensão global do paciente e de suas queixas.
Como é feito o processo de reabilitação cognitiva?
Uma equipe multidisciplinar é fundamental para a eficácia do tratamento proporcionado pela reabilitação cognitiva. A importância se dá porque os pacientes acometidos por algum tipo de transtorno neurológico sofrem de sequelas que podem afetar diversas partes do corpo e mente.
Além disso, a presença de uma equipe pedagógica voltada para a aprendizagem se torna essencial. Assim, é possível construir um trabalho psicoeducativo com o próprio paciente e com o núcleo familiar que convive com ele.
O papel do psicólogo também é muito importante, pois ele será responsável por ajudar o paciente a passar pelos demais ciclos da vida. Ele também vai estimular o desenvolvimento cognitivo através de técnicas que consigam ampliar o repertório comportamental do paciente, inserindo comportamentos que sejam funcionais e o ajudem a executar desde as tarefas cotidianas mais simples, quanto ter autonomia para ir um pouco mais além.
Assim, independentemente da sequela e de quantos profissionais estão envolvidos no tratamento do paciente, o processo de reabilitação utiliza recursos próprios de cada área de especialização para estimular os processos mentais e cognitivos.
O fonoaudiólogo, por exemplo, aplica métodos da fonoterapia para promover a melhora da linguagem. Enquanto isso, o neuropsicólogo se pauta em técnicas para auxiliar o paciente a aumentar o tempo de seu foco atencional.
Em paralelo, o psicólogo clínico, através das técnicas de psicoterapia, auxilia o paciente deprimido a ter uma visão mais realista de seus potenciais e dificuldades. Dessa forma, potencializa a sua autoestima e a melhora da depressão.
Existem uma série de técnicas modernas de reabilitação cognitiva, como as técnicas de biofeedback e a estimulação magnética transcraniana, que potencializam os efeitos terapêuticos da reabilitação cognitiva realizada pela equipe multidisciplinar.
Quais são as etapas da reabilitação cognitiva
Cada paciente demandará de um tratamento personalizado e, para isso, a equipe multidisciplinar precisa estar aberta à mudanças no meio do caminho. A todo momento todos os profissionais de saúde envolvidos no caso precisam acompanhar o desenvolvimento do paciente para justamente conseguirem perceber qualquer necessidade de novo direcionamento do tratamento.
Contudo, de forma geral, a reabilitação cognitiva inicia com 2 etapas básicas:
- Avaliação neurológica: o primeiro passo é realizar uma consulta com um neurologista, que ouvirá atentamente a demanda do paciente e as interfaces que tem com as queixas provindas dos familiares. Nesse momento são feitos os testes neurológicos que são recomendáveis para entender como funciona a atividade neuronal do paciente.
- Investigação complementar: após o levantamento de hipóteses diagnósticas por parte do neurologista, o paciente passa pela avaliação de outros profissionais de saúde, que tem como objetivo entender, no máximo de detalhes possível, quaisquer comprometimentos cognitivos que podem acometer o paciente.
Feito isso, o neurologista irá montar um plano de terapia específico para cada paciente, com base em um diagnóstico feito através dos resultados dos exames proporcionados pelas diversas especialidades que avaliaram o caso.
O neurologista acionará o fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, pedagogo, educador físico e quaisquer outros profissionais que julgar necessário para que sejam abarcadas todas as áreas de comprometimento do paciente. Através dessa ação multidisciplinar, o neurologista acompanhará o caso de perto, ajudando o paciente a conquistar sua autonomia.
A reabilitação cognitiva é um processo eficaz, que ganha admiradores ao redor do mundo. Através dela, o paciente que sofreu um dano cerebral se vê na possibilidade de restaurar as habilidades cognitivas perdidas temporariamente ou até mesmo a desenvolver novos modos de passar por situações desafiadoras.
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