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O suicídio é definido como o óbito que resulta de uma ação, ou omissão, iniciada com a intenção de causar a morte e com a expectativa deste desfecho. O suicídio é considerado uma condição de natureza multifatorial, apresentando como fatores de risco: situações demográficas, tentativas de suicídio prévias, desordens psiquiátricas, doenças crônicas ou terminais e, comportamentos agitados ou impulsivos e o uso de drogas. Alguns fatores de proteção foram identificados, como uma disposição para buscar ajuda, habilidade para solucionar problemas, estar empregado e presença de estrutura familiar ou de rede de apoio social.
Quantos suicídios ocorrem por ano?
Segundo a OMS, em 2012, a cada 40 segundos, alguém no mundo tira a própria vida intencionalmente. No total são 800.000 pessoas, de todas as idades, que cometem suicídio todos os anos.
Um estudo abrangente da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou as taxas de prevalência anuais de óbitos por suicido a nível mundial. Este estudo compilou e analisou os dados em 172 países e levou uma década para ser realizado. Apesar dos dados poderem ser considerados incompletos, pois menos da metade dos países pesquisados mantêm estatísticas confiáveis, foi possível calcular que há mais óbitos por morte auto infligida do que por catástrofes naturais, conflitos ou terrorismo.
Como o Brasil está em relação a outros países em número de suicídios?
A taxa média mundial calculada foi de 11,4 suicídios por 100.000 habitantes. No geral, a taxa de suicídio nos países mais ricos é levemente superior que a dos menos desenvolvidos. E em todos os países a probabilidade de homens tirarem a própria vida é duas vezes maior que a de mulheres. A Guiana é o país com a maior taxa (44,2/100.000), seguida pela Coréia do Norte (38,5), Coréia do Sul (28,9), Suriname (27,8), Moçambique (27,4), Nepal (24,9) e Burundi (23,1). No Brasil, a taxa média de mortalidade por suicídio foi 6/100.00 habitantes em 2012, totalizando 11.821 óbitos, composto por 9.918 homens e 2.623 mulheres. O Brasil é o oitavo país em números absolutos de suicídios registrados.
Quem o suicídio atinge?
As taxas de suicídio são maiores entre as pessoas com 70 anos ou mais de idade. Os homens acima dos 50 anos são particularmente vulneráveis. Entretanto, entre as pessoas jovens de 15 a 29 anos, suicídio é a segunda maior causa de morte globalmente. Perde apenas, nessa faixa etária, para os acidentes em geral, que é a primeira causa, especialmente os de trânsito. Outro fator a ser considerado, é que as vítimas de suicídio geralmente pertencem a grupos marginalizados e com pior acesso aos sistemas de saúde regionais.
Onde ocorrem e quais as formas mais utilizadas?
O suicídio pode ocorrer em qualquer lugar, incluindo a própria casa e até mesmo em hospitais. Os métodos de suicídio mais empregados globalmente são o envenenamento por pesticidas, principalmente em áreas rurais, o enforcamento e tiros de armas de fogo. As evidências sugerem que restrições de acesso a esses métodos podem reduzir o número de mortes. Outros métodos a serem considerados são as queimaduras auto infligidas e os saltos de grande altura.
Ações para prevenção do suicídio
Também importante para a redução dos suicídios é o estabelecimento de planos nacionais de ações preventivas, o que atualmente ocorre em apenas 28 países. Mesmo programas menores, de nível local, podem ser interessantes. Por exemplo, poderiam ser estabelecidos programas educativos nas escolas e universidades ou aumentar o apoio a pessoas pertencentes a grupos de risco com maior potencial de suicídio. Isto poderia ser feito através da realização de seguimentos domiciliares ou telefônicos por profissionais da saúde e provimento de apoio comunitário. Também é recomendado a identificação e manejo precoce das doenças mentais nas comunidades, como a depressão e os transtornos de uso de substâncias.
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A OMS considera o suicídio um importante problema prevenível de saúde pública. Uma ação em conjunto com a Associação Internacional de Prevenção do Suicídio tem recebido destaque nos últimos anos. Foi o estabelecimento do 10 de Setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Esse dia proporciona a cada ano oportunidades para ações conjuntas para melhorar a conscientização sobre o suicídio ao redor do mundo.
No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Centro de Valorização da Vida (CVV) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) instituíram em 2014 o “Setembro Amarelo”, uma campanha de divulgação de material científico e ações comunitárias que tem apresentado boa receptividade pela população e diferentes entidades. O Instituto Paranaense de Terapias Cognitivas (IPTC) vem se somar a esse esforço.
Fonte:
World Health Organization. Preventing suicide: a global imperative [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2014 [cited 2017 Sep19]. 88p. Available in: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf?ua=1&ua=1