Tríade Cognitiva: O Que É e Como Utilizar
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15/06/2021A Terapia Cognitivo-Comportamental, também conhecida como TCC na Psicologia, tem sido amplamente buscada por muitas pessoas, principalmente nos últimos anos. Contudo, grande parte dessas pessoas não sabe ao certo o que de fato consiste a TCC e como ela funciona na prática.
Ela pode ser considerada como uma abordagem diretiva e breve, focada principalmente no problema atual do paciente. Dessa forma, a tendência é que seja gasto um tempo relativamente menor para o tratamento de determinadas demandas, ao contrário de outras abordagens mais tradicionais, que tem efeito a médio e longo prazo.
Continue a leitura para conhecer um pouco mais da TCC na Psicologia!
O que é Terapia Cognitivo-Comportamental?
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem de psicoterapia fundada por Aaron Beck, psiquiatra americano e professor da Universidade da Pensilvânia, na década de 60. Ela tem origem nos estudos da Psicanálise, partindo de um método inicialmente construído para analisar os casos de depressão. Contudo, a aplicação da TCC se ampliou muito ao longo dos anos e hoje é utilizada para tratamento de diversos transtornos.
A TCC se apoia no empirismo colaborativo, ou seja, tem como foco o aqui e agora, com atuação centrada nas cognições do paciente. Ela é aplicada por meio de sessões estruturadas, com o estabelecimento de metas e soluções de problemas.
Os profissionais que seguem essa abordagem defendem a ideia de que os indivíduos, desde o nascimento, em virtude da sua interação com o meio ambiente, desenvolvem um sistema muito singular de percepção dos eventos que nos rodeiam. Assim, eles processam internamente os eventos de vida e organizam em forma esquemas.
Toda vez que esses determinados eventos são percebidos pelos nossos sentidos, os esquemas são ativados e, como consequência, as crenças emergem, gerando pensamentos automáticos e atribuições imediatas a elas. São esses componentes cognitivos que alteram o nosso humor e determinam o comportamento que emitimos referentes a cada estímulo.
Dessa forma, a TCC procura detectar, analisar e modificar esses pensamentos automáticos e crenças centrais e intermediárias, promovendo uma forma mais funcional de se comportar frente ao meio e os outros. Quando o paciente aprende a identificar e corrigir seus pensamentos disfuncionais, é possível controlar melhor o seu humor e as suas atitudes perante a vida ficam mais adequadas e otimistas.
Como funciona a TCC na Psicologia?
A Terapia Cognitivo Comportamental frisa a ideia de que o que nos afeta emocionalmente não são os acontecimentos e eventos em si, mas a maneira como os interpretamos e lidamos com eles.
Assim, no primeiro momento, os pacientes, assim como nas demais abordagens, compartilham com o terapeuta a demanda que o impulsionou a iniciar o tratamento. Normalmente, são feitos alguns testes comportamentais para identificar e compreender os pensamentos e sentimentos que estão envolvidos naquela demanda.
Existem também várias técnicas de Terapia Cognitivo-Comportamental que ajudam o paciente a perceber e corrigir os padrões comportamentais disfuncionais que estão presentes no repertório atual. A dessensibilização sistemática, role-play racional-emocional e questionamento socrático, por exemplo, são algumas delas.
Além das técnicas, o terapeuta pode usar ferramentas para deixar mais visível ao paciente quais pensamentos automáticos estão vinculados a quais crenças, por exemplo. O Diagrama de Conceitualização Cognitiva (DCC) é uma dessas ferramentas, sendo extremamente útil para o tratamento de vários casos.
Como estruturar as sessões de TCC?
Grande parte dos pacientes se sente mais confortável quando entende o que esperar da terapia. Ou seja, quando compreendem o que será necessário fazer e quando eles sentem que ele e o terapeuta são um time.
Para isso, é necessário que o terapeuta promova a compreensão do paciente acerca do tratamento, explicando a estrutura geral das sessões. É recomendável que o terapeuta inicie o planejamento do tratamento da sessão antes que o paciente entre no consultório.
Dessa forma, será analisado, ainda que rapidamente, o quadro do paciente. Especialmente seus objetivos para o tratamento, as anotações terapêuticas e os exercícios de casa prescritos na(s) sessão(ões) anterior(es).
Os sintomas do paciente, o nível de conceituação, a qualidade da aliança terapêutica e os problemas que ele traz naquele momento influenciarão diretamente no direcionamento do que será feito durante a sessão. O objetivo durante a primeira parte de uma sessão é reforçar a aliança terapêutica e na segunda parte o terapeuta e o paciente vão discutir os problemas da pauta.
Com foco na solução desses problemas, o terapeuta ensinará ao paciente habilidades cognitivas, comportamentais e de solução de problemas, entre outras. O terapeuta, entretanto, precisa estar constantemente reforçando o modelo cognitivo para ajudar o paciente a avaliar e responder aos seus pensamentos automáticos.
Esses tipos de discussões e intervenções levam naturalmente ao direcionamento de exercícios para casa, que geralmente envolve atividades. Essas fazem com que o paciente se lembre da sua forma nova e mais realista de pensar sobre o problema e colocar em prática soluções durante a semana.
Nos minutos finais da sessão, o terapeuta deve perguntar ao paciente quais pontos ele achou mais importantes na sessão, anotando essas ideias para serem examinadas.
Quais são os problemas que podem surgir na estruturação da sessão?
Ainda que pareça simples, a estruturação da sessão é um processo complexo. Por isso, pode causar alguns problemas, principalmente para profissionais iniciantes.
Um problema comum é quando há interferências de cognições do terapeuta sobre a estrutura, a interrupção do paciente e a implementação da estrutura padrão. Uma maneira de evitar isso é monitorar o nível de desconforto do paciente e identificar seus pensamentos automáticos durante e entre as sessões.
Outra dificuldade comum na construção da estrutura é a falta de familiarização adequada com o paciente. A partir do momento em que o terapeuta descreve, apresenta uma análise racional e monitora com um feedback gentil e corretivo cada um dos elementos da sessão, é possível minimizar esse erro.
O paciente pode apresentar dificuldade em se comprometer com o trabalho no tratamento, ocasionando a falta de objetivos claros, presença de esperanças irrealistas de que vai melhorar de alguma forma automática. O terapeuta deve, então, ajudar o paciente a responder a essas demandas de forma que ele seja mais suscetível à estrutura e às tarefas do tratamento.
A proposta de Beck com a Terapia Cognitivo-Comportamental foi revolucionária e hoje é responsável pela promoção de saúde e bem estar de diversos pacientes ao redor de todo o mundo.
A TCC na Psicologia é uma abordagem bem ampla e os profissionais que sentem afinidade com ela devem procurar a especialização constante. Com isso, é possível alimentar a bagagem teórica e ser capaz de potencializar o tratamento.
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