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17/11/2021Não existe homem sem medo e essa sensação faz parte do desenvolvimento psicológico de todo indivíduo. Em grande parte dos casos, o medo está acompanhado da ansiedade, que potencializa o sofrimento da pessoa diante uma situação que demonstre qualquer tipo de perigo. Nesse contexto, o Transtorno de Ansiedade de Separação é um quadro cada vez mais frequente nas clínicas.
Normalmente, acomete crianças com cerca de dois anos, que se veem diante de uma situação em que precisarão estar longe dos pais por um período de tempo relativamente longo.
O nervosismo que seria natural de aparecer nesse tipo de situação pode dar lugar à ansiedade patológica em virtude dessa separação. No entanto, em alguns casos, se potencializa durante a juventude e pode demonstrar sinais também na vida adulta.
Continue a leitura para descobrir tudo o que você precisa saber sobre o Transtorno de Ansiedade de Separação.
O que é o Transtorno de Ansiedade de Separação
Ainda que tenha a nomenclatura desconhecida por algumas pessoas, o Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS) é um quadro bem comum na juventude, acometendo entre 5% e 25% dos jovens em nível mundial. Sua presença é tão forte na clínica, que representa praticamente metade dos encaminhamentos referentes a todos os transtornos de ansiedade.
Trata-se de uma psicopatologia marcada pela reação anormal a uma separação de uma pessoa próxima, que impacta intensamente na execução de atividades diárias. E, consequentemente, no desenvolvimento pessoal e profissional daquela pessoa, mesmo se tratando de uma separação imaginária.
O Transtorno da Ansiedade de Separação é enquadrado no CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) na categoria “transtornos emocionais com início especificamente na infância”. Ele é definido pelo Manual MSD (Merck Sharp and Dohme) como “ansiedade persistente e intensa sobre se estar longe de casa ou separado de pessoas com as quais a criança tem apego, em geral, a mãe”.
Sintomas do Transtorno de Ansiedade de Separação
Normalmente, os sintomas são manifestados pelo sofrimento intenso frente ao afastamento daquela pessoa afetiva. Isso porque o paciente acredita que nunca mais voltará a ter contato com essa pessoa. Nesse contexto, podemos entender como sintomas mais comuns:
- Sofrimento intenso e constante diante à ocorrência ou possibilidade de afastamento de casa ou de pessoas importantantes (pai, mãe ou alguma pessoa com a qual tenha um vínculo forte);
- Preocupação persistente e excessiva em perder pessoas, principalmente com as que têm um vínculo forte;
- Preocupação persistente e excessiva de que aconteça alguma situação indesejada que faça com que a pessoa seja afastada das pessoas do seu vínculo afetivo. Nesse caso, até mesmo medo de um possível sequestro, ainda que sem qualquer razão aparente, pode desestruturar a pessoa;
- Relutância persistente ou recusa a ir para a escola ou a qualquer outro lugar, para não correr o risco de ser separado das pessoas afetivas;
- Temor excessivo e persistente ou relutância em ficar sozinho ou sem as pessoas importantes/próximas em casa ou em outros contextos;
- Relutância ou recusa persistente a dormir sem que uma pessoa importante esteja próxima a ela para que se sinta confortável em adormecer;
- Pesadelos repetidos envolvendo algum tipo de separação;
- Apresentação de várias queixas de sintomas somáticos (cefaléias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação ocorre ou é anunciada.
O que causa Transtorno de Ansiedade de Separação
A causa do desenvolvimento do Transtorno de Ansiedade de Separação é bem complexa. Ela engloba uma série de fatores, que são debatidos constantemente por estudiosos e profissionais da saúde por todo o mundo.
Ainda assim, levantam-se algumas hipóteses, que são defendidas por boa parte das pessoas envolvidas nesse avanço científico. Uma delas é a influência genética. Um estudo de larga escala feito com gêmeos, apresentado por Bolton et al (2006), aponta a herdabilidade em torno de 73%.
Crescer em famílias ansiosas também pode criar um ambiente favorável para o desenvolvimento do TAS. Dessa forma, a criança é inserida em um ambiente em que o medo é apresentado em proporções distorcidas, potencializando cada situação traumática.
Se os pais, por exemplo, demonstram preocupação excessiva com doenças, assaltos, desastres ou mesmo acontecimentos do cotidiano na presença da criança, é muito provável que ela cresça aprendendo que o correto é sempre ter medo dessas situações.
Entende-se, então, que outra causa possível é uma espécie de predisposição psicológica. Isso porque a criança constrói sua personalidade com base no que observa e aprende das pessoas mais próximas, geralmente representada pelos pais.
Tratamento do Transtorno de Ansiedade de Separação
A terapia é o ponto chave para o tratamento do TAS, pois terá como objetivo ajudar o paciente a lidar com os sentimentos angustiantes que sente diante das separações para, assim, conseguir melhorar a relação dele com essas situações.
O foco do terapeuta é apresentar técnicas de relaxamento como forma de ensinar o paciente a lidar com a situação à medida em que ela acontece. Além disso, cabe ao terapeuta representar as distorções cognitivas presentes no dia a dia da criança e dedicar um tempo na conscientização e orientação dos pais e/ou qualquer figura que seja considerada afetiva para o paciente.
Logo, a função primordial da terapia é fornecer os caminhos necessários para auxiliar o paciente a identificar os gatilhos que originam os sintomas físicos do transtorno. Todavia, é fundamental que qualquer intervenção seja feita de forma gradual, acompanhando o ritmo e as limitações do paciente, além de estar alinhada com o contexto escolar também.
Ademais, a intervenção medicamentosa pode ser útil em alguns casos, como forma de diminuir os sintomas físicos que podem estar dificultando a investigação dos aspectos cognitivos por trás dos sentimentos compartilhados pelo paciente.
O Transtorno de Ansiedade de Separação é uma psicopatologia extremamente comum na sociedade atual. Principalmente, em virtude do imediatismo e do alto nível de estresse desenvolvido pelas famílias diante de uma rotina desgastante.
Ainda que seja um quadro grave, permite a estruturação de um tratamento capaz de ajudar o paciente a entender o impacto de cada perda e, ainda assim, ter uma relação mais cognitivamente saudável com os sentimentos provocados por ela.
Levando seus tratamentos para um próximo patamar
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