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09/12/2020O que é Transtorno de Ansiedade Generalizada?
O transtorno de ansiedade generalizada é diagnosticado quando uma pessoa sente nervosismo, preocupação ou expectativa excessivos. Esse quadro deve ser apresentado persistentemente e sendo difícil de controlar. Os sintomas devem aparecer por pelo menos 6 meses.
No Brasil os transtornos de ansiedade são muito comuns. Segundo a OMS, cerca de 9,3% dos brasileiros sofre com algum transtorno de ansiedade, sendo classificado como o país mais ansioso do mundo.
A ansiedade geralmente aparece no início da vida adulta, porém, em casos que os pais tenham traços ansiosos, as crianças podem desenvolver a partir de 6 ou 7 anos.
Sintomas e Diagnóstico
Para que seja feito o diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada é utilizado como base o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que por sua vez indica os 6 critérios:
- Ansiedade e preocupação excessivas, que deve acontecer na maioria dos dias durante pelo menos 6 meses. Essa ansiedade deve ser causada para vários eventos (trabalho, escola, relacionamentos, etc)
- A pessoa deve considerar difícil controlar essa preocupação
- Essa ansiedade deve estar ligada com três ou mais dos seguintes sintomas (tendo pelo menos um deles presente na maioria dos dias, durante os últimos 6 meses)
- Inquietação ou sensação de nervos à flor da pele
- Fatigabilidade
- Dificuldade em se concentrar ou “brancos” na mente
- Irritabilidade
- Tensão muscular
- Perturbação do sono
- Essa preocupação que o paciente apresenta ou os sintomas físicos, devem apresentar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízos nos relacionamentos, no trabalho e outras áreas importantes da vida da pessoa
- Esses sintomas e perturbações que aparecem não devem estar associados ao uso de alguma substância ou outras condições médicas
- A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental (transtorno obsessivo compulsivo, crises de pânico, separação das figuras de apego, esquizofrenia)
Questões de Apoio ao Diagnóstico
Muitos indivíduos que apresentam o transtorno de ansiedade generalizada também apresentam sudoreses, náuseas ou diarreia. Sintomas como aceleração nos batimentos cardíacos, falta de ar e tonturas são menos comuns no transtorno de ansiedade generalizada do que em outros transtornos de ansiedade. Além disso, outras condições que podem estar associadas ao estresse (por exemplo, síndrome do intestino irritável) frequentemente acompanham o transtorno.
Diferença do Transtorno de Ansiedade Generalizada da Ansiedade Não Patológica
Ao avaliar o caso de um paciente, pode surgir a dúvida: como saber se o quadro clínico pode ser considerado como TAG ou é uma ansiedade não patológica? Para ajudar a responder essa pergunta, vamos citar alguns fatores.
- Quando a pessoa está sofrendo com Transtorno de Ansiedade Generalizada, as preocupações que aparecem interferem de forma significativa no funcionamento psicosocial. Já na ansiedade não patológica, essas preocupações não são excessivas e são vistas como manejáveis.
- As preocupações que ocorrem no TAG são mais agudas, angustiantes e intensas. Elas também possuem maior duração. Nesses casos, quanto mais campos da vida o paciente se preocupa (trabalho, saúde da família, financeiro), mais provável que seus sintomas são de ansiedade generalizada.
- Na ansiedade não patológica, os sintomas físicos são muito menos prováveis (inquietação e sensação de nervos à flor da pele). Enquanto em pacientes com TAG, esses sintomas podem aparecer frequentemente.
Quem o Transtorno de Ansiedade atinge?
O transtorno de ansiedade possui uma idade média de início de 30 anos, entretanto, essa idade se estende por um período bem amplo. A idade média de início é mais alta em comparação a outros transtornos de ansiedade. Também é incomum que os casos apareçam antes da adolescência.
Abaixo, iremos tratar das particularidades do TAG para as diferentes faixas etárias, sendo que a principal diferença consiste no conteúdo da preocupação.
Crianças
No caso das crianças, elas possuem maior preocupação com a escola e desempenho esportivo. Essa preocupação pode acontecer mesmo em momentos em que seu desempenho não está sendo avaliado pelos outros.
As crianças com transtorno podem apresentar perfeccionismo e insegurança. Um exemplo disso seria a realização das tarefas escolares repetidamente, por conta de uma insatisfação com o resultado, sempre buscando a perfeição. Ao mesmo tempo, estão constatemente em busca de aprovação e exigem garantias sobre seu desempenho.
Um cuidado que deve ser tomado em relação ao diagnóstico é que muitas vezes os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada, podem ser muito semelhantes aos de outros transtornos, que nesse caso, se enquadrariam melhor no quadro. A fobia social e o transtorno obsessivo-compulsivo são exemplos dessa situação.
Um exemplo desse caso, seria uma criança com preocupação em relação ao seu desempenho escolar, com medo da humilhação, e que se enquadraria melhor no transtorno de ansiedade social do que no transtorno de ansiedade generalizada.
Adultos e Idosos
No caso de adultos, temos que os adultos mais jovens apresentam sintomas mais graves que adultos mais velhos. As preocupações giram em torno dos fatores como a saúde própria, a saúde da família, vida financeira e o próprio trabalho.
Já no caso dos idosos, o advento de uma doença crônica pode ser um fator para o surgimento dessa preocupação. Em casos de idosos mais frágeis, também pode ocorrer preocupação com sua segurança, e especialmente quanto a quedas, podendo limitar suas atividades.
Fatores de Risco
Genéticos
A causa genética é que possui maior influência no desenvolvimento do transtorno, entre os fatores de risco. Cerca de um terço do risco de possuir TAG é genético. O fator genético se sobrepõe ao risco de neuroticismo e é presente em diversos outros transtornos de humor, como o transtorno depressivo.
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Temperamentais
Os fatores temperamentais que foram associados ao transtorno de ansiedade generalizada são: inibição comportamental, afetividade negativa e evitação de danos.
Consequências do Transtorno de Ansiedade Generalizada
Diversas são as consequências que o TAG pode causar na vida das pessoas. Abaixo nós listamos as consequências mais comuns para os pacientes com o transtorno.
- Perda de velocidade e eficiência no trabalho e em casa, por conta da preocupação excessiva, que toma tempo e energia do paciente;
- A menor capacidade para se concentrar, e consequentemente menor produtividade;
- A perturbação do sono gera cansaço, fadiga também contribuem para menor desempenho nas atividades;
- As relações familiares podem ser prejudicadas, devido a irritabilidade e aos pensamentos negativos que o paciente apresenta;
- Pode causar também disfunção erétil no caso dos homens, por conta da sobrecarga no cérebro, de emoções negativas e mente distraída.
Como Tratar o Transtorno de Ansiedade Generalizada?
O tratamento do transtorno de ansiedade generalizada consiste basicamente em dois principais pontos: a psicoterapia, realizada por um psicólogo, e o tratamento medicamentoso que deve ser acompanhado por um psiquiatra. Ambos os tratamentos devem ser realizados em conjunto para um melhor resultado no tratamento, e acompanhados por profissionais da saúde.
Psicoterapia
A psicoterapia tem como objetivo ajudar o paciente e fazer com que seus sintomas sejam reduzidos e sua qualidade de vida melhorada. Uma das abordagens da psicologia mais utilizadas é a Terapia Cognitivo-Comportamental.
A premissa da Terapia Cognitivo-Comportamental é que o terapeuta deve tratar a causa dos problemas, e não somente os sintomas do paciente. E ao mesmo tempo, ela foca que esses sintomas surgem a partir da sua interpretação da situação que está vivendo, e não da situação em si.
Um exemplo disso, seria que uma mesma situação pode afetar de maneira muito diferente pessoas diferntes. Dependendo das experiências que cada uma teve previamente, das expectativas que cada um possui, a mesma situação levará a emoções diferentes em pessoas diferentes.
Para essas pessoas com ansiedade, os pensamentos negativos estimulam as emoções negativas e o medo.
A TCC possui o papel de reeducar o paciente e fazer com que ele tenha consciência dos seus próprios pensamentos, e corrigir esses pensamentos quando eles possuem uma origem negativa. Ajudá-lo a identificar quais são as situações que agravam o seu quadro e como lidar com essas situações. Nesse caso, ao mudar a maneira como pensa, pode-se mudar também a maneira como sente.
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Medicamentos
Os medicamentos são utilizados com a função de aliviar os sintomas do quadro de ansiedade. As classes de medicamentos mais comuns são os ansiolíticos e antidepressivos. É importante ressaltar que os remédios possuem efeito de alívio rápido, mas podem causar efeitos colaterais e dependência. Os remédios não irão curar o transtorno.
É recomendado para as pessoas que possuem um quadro muito intenso, e que estão tendo muita dificuldade para realizar suas atividades diárias. É importante ressaltar que muitas vezes as sessões de psicoterapia podem ter um resultado tão bom ou até melhor que o uso de medicamentos, por tratar justamente a causa dos sintomas e não apenas os sintomas.
A administração da frequência e dose do medicamento receitado deve ser acompanhada por um psiquiatra, e revista de acordo com a evolução do caso clínico do paciente.
Os remédios para a ansiedade são:
- Bupropiona
- Paroxetina
- Fluoxetina
- Centralia
- Rivotril
- Ritalina