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03/09/2021O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi, ao longo dos anos, inserindo tipos de avaliações psicológicas aplicáveis para os mais diversos casos que surgiam nos campos de atuação da Psicologia. Com os transtornos de personalidade, vários tipos de teste foram desenvolvidos por estudiosos ao redor do mundo, através de todo um processo intenso de identificação da melhor forma de trazer análises quantitativas para a Psicologia.
Nesse cenário, foram desenvolvidos testes específicos para identificação e tratamento de pacientes com Transtornos de Personalidade. Desse modo, atualmente esses testes são utilizados e recomendados para orientação do terapeuta para as intervenções e planos de tratamento mais adequados.
Continue a leitura para conhecer um pouco mais sobre alguns desses testes do transtorno de personalidade.
Transtornos de personalidade: tipos de teste mais utilizados
Os instrumentos de personalidade têm como características principais o fato de que as respostas obtidas não são avaliadas como certas ou erradas, ao mesmo tempo que os testandos não recebem escores de aprovação ou reprovação.
Grande parte deles são nomeados como inventários, justamente para reforçar a ideia de que é um teste que aborda, de modo geral, personalidade, e, especificamente, comportamentos e atitudes. Então, o resultado fornece um perfil, ou seja, uma tendência, uma inclinação da personalidade.
Os transtornos de personalidade e testes: veja os mais utilizados pelos profissionais, a seguir.
Teste de Apercepção Temática (TAT)
O Teste de Apercepção Temática (TAT) é considerado um teste projetivo, que consiste em apresentar ao sujeito uma série de lâminas selecionadas pelo examinador, que se referem a situações sociais e relações interpessoais. O examinando deverá, a partir da apresentação das lâminas, contar uma história sobre cada uma das pranchas apresentadas.
Assim, o princípio do teste é que as histórias obtidas normalmente revelam componentes importantes da personalidade, decorrentes de duas tendências psicológicas, segundo a teoria de Murray.
A história deve conter sobretudo principalmente:
- O que conduziu à situação apresentada;
- O que está acontecendo no momento apresentado;
- Os sentimentos e pensamentos das personagens;
- Como a história termina.
Caso o paciente elabore uma história que não tenha algum desses pontos, no caso de crianças ou de pessoas com baixa capacidade cognitiva, o aplicador pode perguntar diretamente.
Ao todo, são 31 cartões de situações representadas de diversas formas. Alguns dos cartões envolvem homens, outros mulheres, outros ainda pessoas de ambos os sexos, outros pessoas sem um sexo definido. Além disso, algumas vezes envolvem adultos, outras crianças e algumas vezes situações sem seres humanos. O detalhe é que um dos cartões é completamente branco.
Grande parte dos aplicadores (psicólogos) escolhe um conjunto de aproximadamente dez cartões, já utilizando aqueles que eles consideram mais úteis, uma vez que acreditam estar mais sintonizados com a bagagem obtida da vida do sujeito.
O Millon Clinical Multiaxial Inventory III
O Millon Clinical Multiaxial Inventory III (MCMI-III) é um teste desenvolvido por um psicólogo americano contemporâneo chamado Theodore Millon. A primeira versão do teste foi validada em 1977, tendo como base o método de Leovinger. Esse método defende que o desenvolvimento e a validação de um teste ocorrem em um processo contínuo, em todas as fases de sua criação, a fim de medir a personalidade e síndromes clínicas.
A segunda versão foi divulgada dez anos depois, nutrida pela necessidade de um instrumento mais atualizado. O principal objetivo era acompanhar as mudanças na sociedade da época. A terceira e atual versão do teste foi desenvolvida em 2004, de acordo com a atualização do DSM-III-R para o DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-IV) (Craig, 2008; Millon & Millon, 1997).
Assim, atualmente, esse é um teste que tem sido cada vez mais usado para detectar transtornos da personalidade e algumas síndromes clínicas no contexto internacional. Sua aplicação pode ser feita em vários contexto, como a psicologia forense e na avaliação da população carcerária, de abusadores sexuais e de usuários de álcool e drogas.
Millon se preocupou, no momento de criação do teste, em formular uma avaliação que necessitasse de um número pequeno de itens, com o intuito de motivar e facilitar a utilização. Contudo, ele precisava ter uma escala ampla.
Portanto, a aplicação dura em torno de 20 a 40 minutos. Ele é composto por 175 sentenças, com alternativas de Verdadeiro ou Falso e pode ser respondido de forma individual ou em grupo. O teste é voltado para pacientes na faixa etária entre 18 e 85 anos, tanto do sexo masculino quanto do feminino.
O inventário é composto por 28 escalas, sendo 14 tipos de personalidade e 10 síndromes clínicas, bem como a Escala de Validade, Escala de Divulgação, Escala de Desejabilidade Social e Escala de Valorização Negativa. É importante ressaltar que apenas as escalas de Validade e Divulgação são capazes de invalidar o instrumento (Craig, 2008).
Escala de Inteligência Wechsler para Adultos – WAIS III
A Escala de Inteligência Wechsler para Adultos – WAIS III é um dos mais importantes e conhecidos instrumentos para avaliação clínica da capacidade intelectual. Ele pode ser utilizado em vários cenários, seja para mensurar a avaliação de rendimento escolar, identificação e análise de possíveis problemas de aprendizagem, identificação de indivíduos excepcionais e superdotados. Além disso, é possível utilizar no diagnóstico diferencial de transtornos neurológicos e psiquiátricos que afetam o funcionamento mental.
O WAIS III proporciona resultados quantitativos de quatro domínios cognitivos: compreensão verbal, memória operacional, organização perceptual e velocidade de processamento. Assim, além do Q.I., por exemplo, o (a) psicólogo (a) tem à sua disposição informações quantitativas com o intuito de gerar conclusões acerca do funcionamento cognitivo de adolescentes e adultos.
Em resumo, ele conta de 14 subtestes para avaliação dos aspectos citados acima, sendo eles:
- Completar Figuras;
- Vocabulário;
- Códigos;
- Semelhanças;
- Cubos;
- Aritmética;
- Raciocínio Matricial;
- Dígitos;
- Informação;
- Arranjo de Figuras;
- Compreensão;
- Procurar símbolos;
- Sequência de Números e Letras;
- Armar Objetos.
Tendo em vista a quantidade de transtornos de personalidade, esses tipos de teste são aplicados ao redor do mundo para a análise. Além disso, todos eles são validados pelos órgãos regulamentadores de cada região.
Portanto, é importante que o terapeuta tenha uma escuta e observação ativas para identificação do melhor momento para aplicação de quaisquer desses testes. Isso porque eles podem prover respostas fundamentais para o avanço do tratamento ou até mesmo diagnóstico de um paciente, por exemplo.
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