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19/03/2021É normal que, pelo menos alguma vez na vida, você tenha passado por momentos de ansiedade e de estresse. Em muitos casos, são momentos passageiros, originando emoções de curto prazo, que pouco influenciam a vida atual.
Já em momentos mais longos e intensos, podemos passar por crises existenciais, em que tendemos a perder o sentido de algumas coisas e nos questionarmos demasiadamente sobre nosso lugar no mundo. Você sabe o que é crise existencial?
Continue conosco para entender um pouco mais.
O que é crise existencial?
A International Journal of Psychology publicou um artigo em 2016, com base na revisão de uma série de estudos, que define a crise existencial como um conjunto de sentimentos de medo, ansiedade e culpa.
Ela difere-se de outras crises mentais por incluir conflitos internos e ter o quadro de ansiedade caracterizado pelo impacto negativo sobre a responsabilidade, propósito, autonomia e compromisso. Isso potencializa a angústia, que desencadeia ainda mais estresse.
Essa sensação de perda do sentido e o constante questionamento sobre a própria existência traz ao indivíduo uma enorme angústia, que pode até desencadear ansiedade e atrapalhar o convívio social.
O conceito de crise existencial foi primeiramente estudado em 1929, por Kazimierz Dabrowski e Irvin D. Yalom, que se apoiaram no conhecimento da Psicologia e Psiquiatria para dedicar cerca de uma década de estudo sobre o tema.
Ainda assim, o senso comum tirou um pouco do real significado da crise existencial, que passou a ser algo confuso de diagnosticar e lidar.
Quais são os sintomas da crise existencial?
Os principais sintomas da crise existencial são:
A estafa mental faz com que o sujeito tenha a sensação de cansaço mental aparentemente eterno, potencializado pelo pensamento desorganizado diante uma quantidade imensa de dúvidas sobre si mesmo e sobre o mundo.
O cansaço mental é constante, pois o sujeito parece nunca estar satisfeito com as respostas que encontra ao longo do caminho. Do ponto de vista dele, seus problemas não têm soluções imediatas ou boas o suficiente.
A ansiedade, por consequência, aparece nesse cenário, visto que o sujeito passa a colecionar incertezas. Assim, ele sente que perdeu o controle da própria vida, intensificando ainda mais as suas preocupações.
Normalmente, os sujeitos que passam por uma crise existencial sentem a necessidade de se isolar, pelo menos por um período. Os pensamentos são agitados o bastante para direcionar o sujeito a um espaço tranquilo, para que ele possa ficar mais à vontade com a própria mente.
Essa pode ser, aparentemente, uma boa estratégia, mas acaba alimentando ainda mais a falta de sociabilização, pois exclui todas as possíveis distrações que possam suavizar esse período para o sujeito. Logo, o simples ato de interagir com as pessoas influencia diretamente na forma de encarar o mundo.
Como o sujeito passa o tempo inteiro se questionando em grande nível de detalhes, um dos sintomas resultantes passa a ser a insatisfação generalizada. Os questionamentos sobre a vida pessoal e profissional do sujeito não conseguem chegar a uma saída adequada, o que causa desânimo e acúmulo de energia negativa.
O que desencadeia uma Crise Existencial?
É complicado nomear as causas que originam a crise existencial, uma vez que irão depender do contexto em que cada sujeito está inserido.
De maneira geral, os grandes causadores da crise existencial são os desafios e as tensões alimentadas de forma intensa, seja por trauma ou qualquer tipo de evento que carregue um significado profundo para aquele sujeito.
A partir de acontecido esse evento, o sujeito passará a se questionar sobre a procedência de uma série de fatores. Dessa forma, passa por uma crise existencial.
A pandemia do Coronavírus, por exemplo, pode ter sido — e ainda ser — grande causadora de crises existenciais em sujeitos ao redor de todo o mundo, uma vez que obrigou os sujeitos a passarem mais tempo consigo mesmos do que estavam acostumados.
A ideia de isolamento social forçado, bem como grande contágio de uma doença extremamente perigosa, provocou incertezas na vida de boa parte da população mundial, que se viu diante o dever de se reinventar para sobreviver.
Além disso, algumas outras causas podem ser:
- Culpa por algo: o sujeito pode ter tido uma participação mais ativa em algum episódio que considera impactante a ponto de carregar uma culpa eterna;
- Luto: lidar com a morte de um ente querido não é fácil e pode, além de causar profundo sofrimento, provocar reflexões sobre a vida dos que ainda vivem;
- Sentimento de insatisfação social: a frustração na carreira, por exemplo, pode causar uma crise existencial, pois o sujeito não se reconhece no trabalho e, assim, não consegue se satisfazer, potencializando incertezas sobre o presente e o futuro;
- Insatisfação consigo mesmo: o sujeito também não se enxerga como alguém realizado, criando uma grande insatisfação consigo;
- Repressão de emoções: o sujeito pode ter passado a vida toda reprimindo sentimentos, não aprendendo a compartilhar com os outros ou tentar se entender através desse compartilhamento.
Como realizar o tratamento?
Após entender o que é crise existencial percebe-se que é algo extremamente pessoal. Então, o poder para o tratamento está, antes de mais nada, em cada sujeito. O autoconhecimento se torna alternativa extremamente recomendada nesses casos.
Outra ação importante é externalizar as dúvidas e os pensamentos com alguém para, além de incentivar a interação, compartilhar as angústias para que a saída seja encontrada da melhor forma possível.
A psicoterapia é grande aliada, pois ajuda o sujeito a se entender e reorganizar as ideias acerca de tudo o que o rodeia e tudo o que sente. Além disso, o psicólogo ajuda o sujeito a encontrar respostas para os seus próprios enigmas.
O paciente pode demorar a entender o que é crise existencial, pois é um processo intenso. Nesses momentos, é importante que os profissionais envolvidos no caso deixem claro que há tratamento e é possível superar essas crises.