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04/02/2022A relação terapêutica na Terapia do Esquema é extremamente importante em todo tratamento.
Conforme o psicoterapeuta norte-americano Jeffrey Young, fundador dessa teoria, essa conexão é essencial para a análise e a mudança de esquemas desadaptativos. Isso porque se constitui enquanto canal, para que o paciente externalize tudo o que pensa ao terapeuta.
Dessa forma, a base dessa relação é compreender os esquemas iniciais desadaptativos que foram estruturados na infância e adolescência, considerando a relação do indivíduo com o seu contexto de desenvolvimento.
Continue a leitura para entender mais sobre a importância da relação terapêutica.
O que é a relação terapêutica na Terapia de Esquema?
O princípio básico de qualquer abordagem da Psicologia é a importância do estabelecimento de uma relação terapêutica saudável. É por meio dela que o desenvolvimento do paciente é potencializado, visto que cria um cenário fértil para a aplicação de quaisquer tipos de técnicas.
Na Terapia do Esquema, no entanto, existem algumas particularidades relacionadas a essa relação terapêutica, visto que o terapeuta utiliza suas emoções, seus esquemas e suas vivências a favor do processo do paciente. Dessa forma, ele não deve esconder a sua espontaneidade enquanto ser.
O terapeuta usa essa relação para incentivar o paciente a falar também como se sente na relação terapêutica, contribuindo com feedbacks que são valiosos para o terapeuta reforçar ou recalcular uma rota de tratamento. Pode, então, ser considerada uma estratégia para auxiliar o indivíduo na sua autopercepção e na comunicação de suas necessidades emocionais e vulnerabilidades.
A relação terapêutica na Terapia do Esquema também com a autorrevelação para o aprofundamento da reflexão do paciente, para desmistificar a ideia de que o terapeuta é sujeito detentor do saber. Assim, são articulados, no setting terapêutico, os esquemas, as emoções e as experiências como ferramentas para ampliação do repertório emocional e comportamental do paciente.
Como funciona a relação terapêutica?
A relação terapêutica na Terapia do Esquema será construída de forma diferente com cada paciente. Assim, considera o cenário em que se é inserido e a forma de como se posiciona no mundo, bem como a maneira que lida com suas emoções e sentimentos. Ainda assim, existem alguns caminhos normalmente seguidos para que esses fatores individuais sejam considerados e usados a favor do tratamento.
A princípio, o terapeuta tem como foco o estabelecimento de um vínculo com o paciente. É importante deixar bem claro para ele que ele está em um ambiente seguro, de acolhimento e sem julgamentos. É um momento crucial para deixar o paciente à vontade para compartilhar qualquer tipo de informação.
Já na fase de avaliação, a relação terapêutica começa a ter o papel de ferramenta para reconhecimento de esquemas emocionais ativados do paciente, através de técnicas estruturadas como os questionários dos esquemas, estilos parentais, estilos de enfrentamento, imagens mentais e diversos outros.
Dessa forma, ao longo desta etapa, o terapeuta tem como objetivo identificar os esquemas ativos do paciente a partir do que ele traz nas sessões, como ele enfrenta as situações atualmente e quais são as necessidades emocionais que estão ausentes e não foram supridas, impactando de alguma forma a vida dele.
O terapeuta também precisa ter o cuidado em ser cordial e respeitoso. Ele deve se colocar inteiramente à disposição para ouvir com atenção e cuidado o que o paciente se sentir à vontade para compartilhar, para a consolidação dessa relação.
A relação terapêutica na terapia do esquema tem dois pontos cruciais: a postura terapêutica da confrontação empática e a reparação parental limitada. Podemos entender que a confrontação empática é a demonstração de empatia pelos esquemas do paciente, quando eles surgem em relação ao terapeuta, ao mesmo tempo em que se mostra ao paciente que suas reações ao terapeuta muitas vezes são distorcidas ou disfuncionais, refletindo seus esquemas e estilos de enfrentamento.
Ademais, o terapeuta utiliza a técnica do confronto empático para incitar o paciente a acessar seus esquemas e entender seu funcionamento. Ele tende a provocar o cliente a encontrar formas alternativas e mais adaptativas de satisfazer as suas necessidades e desafios.
Já a reparação parental limitada significa fornecer, com os vínculos apropriados da relação terapêutica, aquilo de que os pacientes necessitavam, mas não receberam de seus pais durante a infância.
Quais são os benefícios da relação terapêutica de esquema?
Cooperação com o paciente
Grande parte das demandas que surgem na clínica esbarram em problemas vinculados a questões interpessoais. Como o aspecto interpessoal é central nesse cenário desadaptativo, a relação terapêutica emerge como uma ferramenta extremamente útil e eficaz para avaliar e elaborar um tratamento, visto que irá construir, pouco a pouco, o conceito de cooperação com o paciente.
Transparência com o paciente
Além disso, uma relação terapêutica consolidada ajuda o paciente a ter mais controle do próprio tratamento. O terapeuta usa essa relação para ter momentos de compartilhar a conceituação com o paciente. Assim, explica as teorias de como o passado levou a problemas atuais, evidenciando também vários procedimentos desadaptativos que o paciente usa para enfrentar esses problemas.
Essa transparência faz com que o paciente consiga realmente ser um agente de mudança. Isso porque ele passa a ver com mais clareza os padrões disfuncionais que se repetem em várias situações da sua vida e, assim, entender as emoções e sentimentos que estão por trás daqueles esquemas.
Após o estabelecimento de uma relação terapêutica forte e consequente identificação dos esquemas, o terapeuta pode utilizar técnicas experienciais para trabalhar os esquemas com o paciente na própria sessão, por meio do uso de relatos de imagens mentais do paciente.
Percepção dos esquemas desadaptativos
É inegável a importância da relação terapêutica para o tratamento de qualquer paciente, sob qualquer abordagem e quaisquer demandas. A Terapia do Esquema entende que a relação terapêutica é a mola propulsora de mudança, por ajudar o paciente a perceber seus esquemas desadaptativos e, assim, modificá-los, ainda que gradativamente.
Essa parceria entre terapeuta e cliente é vital para o sucesso de qualquer tratamento, que será fruto do conjunto de um conjunto de estratégias elaboradas pelos dois, a partir da identificação de alguns esquemas que, colaborativamente, foram considerados como desadaptativos.
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