Cognitivo Significado: O Que É e Onde Se Aplica!
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06/09/2021Existem muitas dúvidas sobre a TCC: significado, como trabalhar, como adquirir a especialização, entre outras. Antes de tudo, é preciso entender que Wilhelm Wundt, em 1879, foi o responsável por formalizar a Psicologia como ciência, a partir da fundação do primeiro Laboratório de Psicologia Experimental, na Universidade de Leipzig.
Desde então, surgiram várias abordagens da Psicologia defendidas ao redor do mundo, que foram inspiradas nos estudos apresentados inicialmente por Wundt e seus parceiros do laboratório. As teorias da Psicologia partiram do mesmo princípio, mas se dividiram ao longo do caminho, pois identificaram que existem diversas formas de abordar uma demanda, pois a maneira de encarar o homem e o mundo não é limitada.
A Terapia Cognitivo Comportamental foi uma das abordagens desenvolvidas ao longo dos anos e que tem diversos defensores ao redor do mundo. Conhecida também por TCC, é uma abordagem dotada de técnicas específicas, que busca entender o homem a partir da relação que os seus comportamentos estabelecem com a cognição.
Continue a leitura para entender um pouco mais sobre a TCC e seu significado.
TCC: Significado
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) foi construída por Aaron Beck, na Universidade da Pensilvânia por volta da década de 60. Desde o início da sua elaboração, Beck procurava apresentar a TCC como uma alternativa de psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, visto que foi pensada inicialmente para o tratamento apenas da depressão.
Beck desenhou o foco da TCC para o tratamento de problemas atuais com base na modificação dos pensamentos e comportamentos disfuncionais. Desde então, vários estudiosos da área ainda estudam essa abordagem da psicologia, buscando releituras e adaptações que visem o desenvolvimento do paciente no tratamento.
A Terapia Cognitivo Comportamental defende que o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) pode resultar em vários distúrbios psicológicos. Dessa forma, a mudança no humor e no comportamento será produto da avaliação realista e da modificação no pensamento.
Hoje em dia, a TCC não é voltada para o tratamento apenas da depressão, graças às atualizações feitas por estudiosos ao longo dos anos. Essas adaptações alteraram o foco, as técnicas e a duração do tratamento. Porém, os pressupostos teóricos em si permanecem os mesmos propostos por Beck.
Em todas as formas de Terapia Cognitivo Comportamental derivadas do modelo de Beck, o tratamento está baseado em uma formulação cognitiva, as crenças e estratégias comportamentais que caracterizam um transtorno específico (Alford e Beck, 1997).
Nesse caso, o tratamento é construído com base na conceituação de cada paciente. Isso se dá por meio da identificação e análise das crenças específicas vinculadas aos padrões de comportamentos elucidados como disfuncionais.
Assim, o terapeuta procura produzir de várias formas uma mudança cognitiva. Ou seja, uma modificação no pensamento e no sistema de crenças do paciente, para produzir uma mudança emocional e comportamental duradoura.
Para quais transtornos ela pode ser utilizada?
A Terapia Cognitivo Comportamental pode ser usada para trabalhar qualquer tipo de transtorno. Isso porque conta com técnicas capazes de promover o desenvolvimento do paciente. Esse desenvolvimento, então, se dá através da investigação de crenças centrais, intermediárias e pensamentos automáticos presentes no repertório comportamental do paciente.
Por meio desse trabalho investigativo, o terapeuta consegue elaborar uma proposta de tratamento que conte com técnicas que façam o paciente refletir sobre seus sentimentos. Além disso, é analisada a relação deles com cada comportamento disfuncional emitido, para, assim, substituí-lo por um comportamento mais adequado à situação.
É importante entender que a TCC tem significado muito para a psicologia. Existe a comprovação científica da eficácia da utilização da TCC no tratamento de quadros depressivos unipolares (tanto em adultos como em crianças), no transtorno do pânico com e sem agorafobia, fobia social, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), no transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e em estudos não controlados para o tratamento da esquizofrenia e da bulimia nervosa.
Ademais, a Terapia Cognitivo Comportamental vem sendo testada em diversas outras condições psiquiátricas. Algumas delas são a dependência química (especialmente na prevenção de recaídas), transtornos de personalidade, transtorno delirante, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtornos de impulsos, tratamento de problemas conjugais e problemas médicos como a dor crônica, dentre outros.
Diferenças da TCC para as outras abordagens
Não basta entender sobre a TCC: significado, transtornos em que é utilizada e o seu avanço. Precisamos conhecer também a diferença primordial entre as abordagens da Psicologia que é a forma em que elas encaram o mundo e o homem.
Algumas delas consideram o inconsciente como peça fundamental da equação, enquanto outras entendem que não podemos dividir o homem em estrutura mental. Ainda que sejam diferentes, as abordagens não se rivalizam, pois todas são capazes de tratar as mais diversas demandas, porém por caminhos diferentes.
A Psicanálise de Freud, por exemplo, tem como principal diferença, quando comparada com a TCC, a presença do inconsciente. Ao introduzir o inconsciente como fator determinante para a manifestação de sintomas, ela se distancia da linha de pensamento defendida pelos estudiosos da Terapia Cognitivo Comportamental. Esses profissionais focam na relação da cognição com os comportamentos disfuncionais.
A cura pela fala (talking cure) é outro tópico que evidencia a diferença entre TCC e Psicanálise. Ela quer dizer que o paciente leva ao analista (nome dado ao terapeuta) todas suas emoções, problemas, angústias, medos e diversos aspectos da sua vida. A partir de então, o analista guia o paciente no processo de ressignificação dos traumas presentes nos relatos, o que não faz sentido na ótica da TCC.
Além delas, existe também a abordagem Humanista, que também tem pontos de diferenciação da TCC. Ela foi considerada como terceira força da Psicologia, pois faz uma oposição à Psicanálise e à abordagem comportamental, inaugurando um terceiro marco. Ela vai contra a ideia de que todo ser humano tem uma neurose básica, considerando então que toda pessoa tem capacidade de crescimento e desenvolvimento normais.
Carl Rogers, em sintonia com Maslow, adicionou ainda que, para uma pessoa “crescer” e se auto realizar, necessita de um ambiente que proporcione verdade (abertura e revelação), aceitação (ser aceito como é, sem imposição de condições) e empatia (ser compreendido).
Poderíamos passar horas falando sobre as abordagens da Psicologia, mas o raciocínio seria o mesmo. Existem outras diversas abordagens difundidas atualmente, mas a Terapia Cognitivo Comportamental afirma sua singularidade a partir do conjunto de técnicas e forma de abordar as demandas trazidas pelo paciente. A partir daí, sempre se tem como objetivo identificar os padrões comportamentais disfuncionais, para, assim, modificá-los.
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma abordagem com diversas oportunidades de desenvolvimento. Isso fornece ao terapeuta um leque vasto de técnicas e alternativas de investigação extremamente valiosas no cenário clínico.
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